Drogas hormonais para próstata são perigosas para alguns homens
Medicamentos de origem hormonal usados no combate a tipos agressivos de câncer de próstata podem ser perigosos para alguns homens com doenças cardíacas, disseram pesquisadores dos EUA.
Eles concluíram que as drogas, que bloqueiam elevações da testosterona que alimentam tumores, ajudam a maioria dos pacientes. Mas aqueles que têm mais de uma forma de doença cardíaca ou diabetes enfrentam um risco maior de morte quando recebem essas drogas junto com radioterapia.
Uma equipe liderada pelo médico Anthony D Amico, do Hospital Brigham & Women s e do Instituto Dana-Farber do Câncer, em Boston, estudou os casos de mais de 5.000 homens com câncer de próstata entre 1997 e 2006.
Os homens receberam radioterapia - ou na forma de radiação externa, ou em pequenas cápsulas radiativas, a chamada braquiterapia - e mais uma das várias drogas destinadas a atenuar a produção de testosterona.
Mais de 400 deles morreram ao longo de cinco anos de acompanhamento, segundo estudo publicado na Jama (Revista da Associação Médica Americana).
Os homens que sofriam de insuficiência cardíaca ou tiveram um ataque do coração tinham mais do dobro de chance do que aqueles sem doença cardíaca ou que tinham apenas um sintoma, como colesterol elevado. Os pesquisadores disseram que entre os homens com insuficiência cardíaca ou que tiveram um ataque cardíaco 26 por cento morreram, em comparação com 11 por cento de mortes no grupo sem essas complicações.
Mas isso representava apenas 5 por cento do total dos casos pesquisados, de modo que as conclusões explicam por que no geral a terapia hormonal é positiva para pacientes com câncer de próstata, segundo a equipe de D Amico. No entanto, segundo eles, os homens com doenças cardíacas sérias precisam conhecer o risco.
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens do mundo todo, atrás apenas do câncer de pulmão. Essa doença mata 254 mil homens por ano no planeta.
Muitos tumores de próstata crescem lentamente e levam anos para causar algum dano, e alguns médicos começam a defender tratamentos menos agressivos para alguns pacientes.