Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Terapia de curto prazo e sem remédios pode curar insônia

Poucas visitas ao terapeuta e telefonemas podem ser suficientes para ajudar insones a dormir, sugere um novo estudo sobre privação de sono em idosos. Os pesquisadores descobriram que mais da metade dos participantes superou a insônia crônica em um mês depois de iniciar um breve tratamento comportamental. De acordo com o pesquisador Daniel Buyasse, da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, o ingrediente-chave no tratamento foi uma lição simples: "Quando você está dormindo mal, a coisa mais importante que você pode fazer é gastar menos tempo na cama." A insônia afeta aproximadamente um em cada cinco norte-americanos, chegando a um em cada três entre os idosos. O problema também é associado a uma série de problemas físicos, de acidentes a hipertensão, e é prejudicial à saúde mental. Três décadas de pesquisas mostraram que terapia cognitivo-comportamental tem a mesma eficácia de um comprimido para a problema, com menos efeitos colaterais. No entanto, o tempo e o custo não são acessíveis para a maioria das pessoas. Buysse e seus colegas se perguntavam se o tratamento sem remédios poderia ser reduzido e simplificado, proporcionando resultados mais rápidos a um custo menor. Para descobrir, eles estudaram 79 adultos com insônia crônica. Os participantes, com média de 72 anos de idade, foram aleatoriamente designados para receber um material educativo impresso sobre o sono ou um breve tratamento comportamental, que consistia em sessões de 45 a 60 minutos por pessoa, 30 minutos de acompanhamento e duas chamadas telefônicas de 20 minutos. Uma enfermeira centrou as instruções comportamentais em como restringir o tempo na cama e definir horários regulares para dormir e acordar, enquanto discutia os fundamentos biológicos por trás da estratégia. Com base em questionários e diários, os pesquisadores descobriram que dois em cada três participantes que receberam a intervenção comportamental responderam favoravelmente ao final de quatro semanas, enquanto apenas um em cada quatro que receberam o material impresso experimentou uma melhoria substancial. A diferença foi igualmente alta quando os investigadores descobriram o número de participantes que já não preenchiam os critérios da insônia: 55% contra 13%. Em média, para cada 2,4 pacientes tratados, um respondeu favoravelmente e superou a insônia, segundo relato dos pesquisadores na revista "Archives of Internal Medicine". Estas melhorias foram sustentadas por pelo menos seis meses, e foram baseadas em dados de um monitor do sono usado no pulso ou no tornozelo. Quando os pesquisadores analisaram dados de um sistema diferente --um acompanhamento mais profundo sono--, no entanto, não encontraram resultados significativamente melhores com a terapia comportamental. "Um monte de insones gastam muito tempo deitados na cama preocupados com o sono. Eles esperam ter insônia", disse Thomas Neylan, da Universidade da Califórnia, San Francisco, que escreveu um comentário na pesquisa. "Geralmente, a coisa mais conveniente a fazer é prescrever um remédio para dormir", observou Neylan. Mas as drogas podem causar problemas, que vão da dependência ou abuso. E os riscos podem ser ainda mais pronunciados entre os pacientes mais velhos, acrescentou o autor Timothy Monk, também da Universidade de Pittsburgh. Sob o efeito das drogas, os idosos correm mais risco de cair e fraturar um osso.