Workshop capacita profissionais para combater entrada e comercialização de medicamentos ilegais
Em Mato Grosso do Sul, os 700 quilômetros de fronteira seca aumentam a proporção de entrada dos medicamentos ilegais vindos do Paraguai e Bolívia
O CRF/MS em conjunto com a Interfarma promoveu nesta quarta-feira o II Workshop “Combate aos Medicamentos Ilegais”, no auditório do Conselho. Cerca de 85 profissionais entre farmacêuticos, fiscais da vigilância sanitária, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Militar Rodoviária Estadual e policiais civis receberam instruções sobre os riscos da utilização de produtos falsificados e ainda itens que ajudam na identificação deles.
Em Mato Grosso do Sul, os 700 quilômetros de fronteira seca aumentam a proporção de entrada dos medicamentos ilegais vindos do Paraguai e Bolívia. Só neste ano, a PRF já apreendeu 111,8 mil unidades de medicamentos, dado 33,7% maior do que o número de apreensões do ano passado inteiro.
Com foco para combater a entrada destes medicamentos, os participantes tiveram exemplos de medicamentos falsos e dos mecanismos usados por criminosos para aproximar ao máximo o produto do verdadeiro e como identifica-los através do selo de tinta reativa, número de lotes iguais entre embalagem e medicamento.
O membro da comissão julgadora de processos sanitários da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, farmacêutico e mestre Jeferson Teruya comenta que o ensinado hoje vai contribuir para minimizar a entrada de produtos falsificados no País.
“É muito válida para os fiscais no sentido de propor para eles uma visão do modus operandi das empresas falsificadoras de medicamentos, que adotam ao mesmo tempo tecnologias grosseiras e mais sofisticadas na tentativa de burlar produtos que estão sendo elaborados e fabricados”, ressaltou.
Teruya ainda falou que as situações reais demonstradas permitem ampliação do conhecimento dos fiscais para desenvolver ações mais eficientes. “Os fiscais estão mais seguros de poder olhar o produto e verificar com base nas especificações técnicas apresentadas. Foi importante ver que a indústria também está preocupada com o processo”, completou.
Para a perita criminal Juliana Corrêa, da Coordenadoria Geral de Perícias, o aprendizado serviu de atualização e integração entre as polícias. “Por trabalhar na área, já tínhamos visto, mas é importante ver que os profissionais que estão na ponta também participaram. É fundamental toda essa interação para que todas as áreas conheçam e falem a mesma língua, da ponta até quem vai fazer a perícia e dar o laudo técnico”, avalia.
O titular da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes e as Relações de Consumo), Silvano Rodrigues Mota, ressalta que para os policiais em geral, o workshop trouxe a noção da realidade do que se pode encontrar em apreensões e como deve ser o posicionamento. “O evento vem justamente contribuir para criar consciência e alertar para esse tipo de combate, para que seja uma coisa mais visualizada e mais fácil de ser identificada”, enfatizou. O presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão, explica que o Conselho cumpre o papel social ao promover ações como essas. “Esperamos que as pessoas treinadas possam auxiliar a sociedade na defesa contra os falsificadores”, encerrou.