Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Anvisa interdita empresa que adicionava sibutramina a alimentos

Operação conjunta da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Polícia Federal interditou, nesta quarta-feira (10/03), a fábrica de alimentos Ledal Química do Brasil Ltda.,em Goiânia (GO). Investigação realizada pelos dois órgãos identificou a presença de sibutramina, substância controlada utilizada para o tratamento de obesidade, em três produtos: Fibra Regi e Sliminus em cápsulas e Sliminus em comprimidos. Mais de 600 mil comprimidos de alimentos ficaram retidos no local. A Anvisa também determinou a suspensão de distribuição e comercialização, em todo território nacional, de todos os lotes que apresentaram sibutramina na perícia. A interdição da fábrica é valida por 90 dias, prazo em que a empresa poderá apresentar recursos e contraprovas. Caso as irregularidades sejam confirmadas, a empresa pode ser punida com multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Histórico A investigação teve origem em 2009, a partir de denúncia de irregularidades com relação ao alimento Affinato. Em dezembro do mesmo ano, fiscais da Anvisa realizaram inspeção na fábrica da Ledal Química do Brasil Ltda. e coletaram amostras de diversos produtos da empresa. As amostras foram encaminhadas para perícia da Polícia Federal, que constatou a sibutramina nos três alimentos. Sibutramina A sibutramina é uma substância de uso controlado que não pode estar presente em alimentos. Em janeiro, a Anvisa divulgou alerta para os profissionais de saúde sobre o uso dessa substância, quando a realização de um estudo, denominado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), demonstrou aumento do risco cardiovascular não fatal nos pacientes tratados com a substância. Alerta - Em 27 de janeiro a Anvisa emitiu alerta para os profissionais de saúde sobre o uso da substância sibutramina no Brasil. A realização de um estudo, denominado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), demonstrou aumento do risco cardiovascular não fatal nos pacientes tratados com a substância. Concluído em 2009, o estudo indicou que o risco de desenvolver enfermidades cardiovasculares, como infarto do miocárdio, derrame e parada cardíaca, aumenta em 16% nos pacientes que utilizaram o medicamento, quando comparados àqueles tratados com placebo. A partir da análise do estudo, a Anvisa recomenda a contra indicação do uso de medicamentos à base de sibutramina para pacientes com perfil semelhante aos incluídos no estudo SCOUT: a) Pacientes que apresentem obesidade associada à existência, ou antecedentes pessoais, de doenças cardio e cerebrovasculares; b) Pacientes que apresentem Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A Anvisa, por meio da Cateme (Câmara Técnica de Medicamentos) fará nova avaliação do estudo, com o objetivo de investigar os níveis de segurança do medicamento em pacientes com perfis distintos dos já estudados. Essa avaliação poderá levar a Agência a determinar outras medidas restritivas ao uso da substância.