Audiência pública discutirá venda de produtos alheios em farmácias
Biscoitos, chocolates, carvão e ração animal são vendidos livremente em farmácias e drogarias, que em muitos casos parecem verdadeiros supermercados. Por trás da comodidade, se esconde um dado considerado preocupante: 80% das pessoas que entram nestes estabelecimentos para comprar um simples cartão telefônico saem de lá com algum outro produto, que na maioria das vezes é medicamento. O estudo foi feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A pedido do CRF/MS, o assunto será discutido em audiência pública na Câmara de Campo Grande, dia 16 de junho, a partir das 19 horas.
“Esta será uma boa oportunidade para que a população comece a perceber o prejuízo desta facilidade”, explica o presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão. Segundo o presidente, algumas farmácias e drogarias de Mato Grosso do Sul conseguiram ações judiciais e, desta maneira, comercializam produtos alheios à saúde. Ele aponta ainda que em Campo Grande existem estabelecimentos que conseguem autorização junto à Secretaria de Saúde para vender em farmácias e drogarias tais mercadorias.
O presidente já convocou a categoria para debater o tema com a sociedade. “Nós do CRF/MS sempre discutimos este assunto, porém o debate precisava ser levado aos principais interessados, que são os consumidores. Para continuar esta luta, o CRF/MS obteve apoio do presidente da Câmara, Paulo Siufi Neto, e do presidente da Comissão de Saúde, Jamal Salém, ambos médicos”, diz Abrão.
Integrantes do Ministério Público, dos sindicatos do setor e até representantes da área supermercadista, que também sofrem com a concorrência destas farmácias, serão convidados a participar da discussão.
Desde 2006, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizou consulta pública acerca do tema, o CRF/MS aguarda uma solução para este problema, entretanto, o processo não foi concluído.
Abrão destaca que durante a audiência os profissionais também irão apresentar à sociedade a importância do trabalho do farmacêutico, que conhece toda a cadeia do medicamento, desde a produção à venda. “Ele pode orientar os pacientes e assim evitar erros que podem até terminar em morte. O farmacêutico está nos estabelecimentos para ajudar e orientar à população. Toda farmácia deve ter um profissional farmacêutico e, caso aconteça qualquer problema com o paciente, ele é o profissional responsável pelo atendimento”, conclui.
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Presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão: 9985 0661
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