Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Auto-hemoterapia invade mercado farmacêutico

Sem informações a respeito da auto-hemoterapia e sujeitas a riscos, muitas pessoas têm procurado farmácias e drogarias para fazer o procedimento, que consiste na retirada de pequenas quantidades de sangue do próprio paciente e reinfusão – geralmente intramuscular. Mesmo sem esclarecimentos acerca dos benefícios e malefícios da técnica, a população tem procurado o serviço, praticado irregularmente em alguns estabelecimentos farmacêuticos de Mato Grosso do Sul. O principal argumento é que a terapia reforça a imunidade ao aportar células sangüíneas no organismo. Entretanto, existem pessoas que procuram a terapia por terem ouvido que “emagrece” e que “reduz problemas de acne”. A falta de conhecimentos pode ser justificada pela inexistência de estudo científico para provar a eficácia do procedimento. “Não recomendo porque não há estudo que comprove a eficácia e, tampouco, os problemas que a terapia possa vir a causar”, explica o presidente do CRF/MS, Antônio José Paniago Neto, Tonzé. Ele ressalta ainda que o aspecto sanitário também deve ser considerado, uma vez que, se aplicado em condições inadequadas, sem assepsia, higiene e limpeza, expõe o usuário a riscos. O CRM (Conselho Regional de Medicina) posicionou-se contra a terapia e publicou notas nos jornais locais na qual condena a auto-hemoterapia devido à ausência de estudo científico. O CRF/MS consultou a Coordenadoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul acerca do tema. O órgão considera que “este tipo de tratamento não tem suporte científico e não obedece às condições estabelecidas para coleta e transfusão de sangue, é arriscado e ilegal e por colocar em risco a saúde dos pacientes que a ele se submetem, sem que se vislumbre qualquer possível efeito benéfico”. Amambai Diante disso, o presidente do CRF também esteve reunido com o promotor de Justiça de Amambai, Thalys Franklyn de Souza, dia 16 de março de 2007, quando formalizou representação contra estabelecimentos que utilizam a prática da auto-hemoterapia e os que estão irregulares por falta de registro ou ausência de profissional por todo horário de funcionamento.