Essencial para garantia da saúde e bem-estar da população, o farmacêutico é o primeiro profissional que as pessoas procuram em caso de necessidades relacionadas à saúde. Porém, as atribuições deste profissional vão além da manipulação de medicamentos e responsabilidade e orientação às pessoas. Seu papel pode ir muito além, com ações sociais voltadas à saúde e melhor qualidade de vida à sociedade.

é o que ocorre na drogaria Lagoa Itatiaia, localizada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Fundada em 2006, a drogaria realiza seu funcionamento cotidiano aliado a um trabalho especial, direcionado às pessoas hipertensas e diabéticas de todas as idades.

Segundo a proprietária da drogaria, a farmacêutica Rosane Caires de Oliveira, desde o projeto da drogaria, havia a intenção de realizar atendimento diferenciado. Comecei aos poucos, prestando assistência farmacêutica no balcão, mas a cada dia via a necessidade de colocar o projeto em prática, percebendo que as pessoas são muito carentes de informação, em especial as classes que trabalho, de hipertensos e diabéticos, explica a farmacêutica.

As atividades são realizadas de duas maneiras. A primeira é a assistência farmacêutica, realizada de maneira geral, não só voltada aos públicos-alvo do trabalho realizado. Nessa atividade a doutora Rosane orienta as pessoas sobre a aquisição do medicamento, modo de administrar o medicamento, orientações sobre a posologia, interação medicamentosa, administração e interferência com certos alimentos e informações adicionais que em alguns casos, faltam na prescrição da receita.

A outra forma de atendimento ocorre através da realização do teste glicemia capilar e aferição de pressão. Segundo a farmacêutica, essa forma de trabalho mais direcionada aos hipertensos e diabéticos, onde realiza anotações dos resultados de cada um, as medicações que eles fazem uso e os registra todas as informações em um banco de dados. Esse acompanhamento é feito no dia a dia e alguns vem a cada 3 meses, outros vem sempre após alguma consulta e outros as vezes quando querem monitorar sua glicemia, explica Rosane

A farmacêutica também realiza duas grandes ações durante o ano, quando ocorrem eventos que reúnem todos esses pacientes e a população local interessada. Nessas atividades, ações de orientação farmacêutica em geral são realizadas gratuitamente.

Os eventos acontecem sempre em datas fixas. Uma ação acontece no mês de outubro, no aniversário da farmácia, onde fazemos uma grande comemoração que também é estendida às crianças, com brincadeiras, momentos de lazer e atividade física. Neste dia o paciente não tem nenhum custo nos testes, tudo é realizado gratuitamente. Trata-se de um momento de descontração e conscientização. Outra ação acontece no dia do diabético, com ações semelhantes, argumenta a doutora Rosane.

Segundo a farmacêutica, o público em geral, recebeu de forma surpreendente essas ações, pois no último, evento realizado em outubro de 2009, mais de cem pessoas compareceram, participaram e interagiram. Durante dia a dia aqui no balcão recebemos vários elogios dos serviços que prestamos, pois temos um contato direto com paciente, onde eu fico em horário integral, eles percebem a grande diferença do profissional presente, e até comentam que em alguns outros estabelecimentos nunca encontram o profissional farmacêutico para demais esclarecimentos, finaliza Rosane.

Para o presidente do CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia do MS), Ronaldo Abrão, a entidade luta por estabelecimentos farmacêuticos com o pensamento voltado para a saúde em primeiro lugar. A farmácia deve ser o local onde o cidadão vá buscar não só o medicamento, mas principalmente as informações seguras que o farmacêutico consciente pode prestar, além de buscar orientação e o acompanhamento de suas medicações, controlar o tratamento prescrito pelo médico ou odontólogo, ou simplesmente obter conselhos sobre saúde.

Quando encontramos um trabalho dedicado como é o da colega Rosane, lembramos da música de Tom Jobim, Se todos fossem iguais a você, com certeza teríamos um mundo com mais saúde e correríamos menos riscos com o nosso amigo e, por vezes inimigo, o medicamento, finaliza Abrão.