Medicamento reduz em 66% risco de progressão de tumor de intestino
Os pacientes com TNE (tumor neuroendócrino), segundo tipo de tumor maligno gastrointestinal mais comum depois do câncer de cólon, ganharam novas perspectivas com um novo medicamento.
Estudo publicado no "Jornal of Clinical Oncology" nesta quinta-feira (1) mostra que o medicamento reduziu em 66% o risco de progressão do tumor.
"É a primeira vez que um tratamento usado anteriormente somente para o controle de sintomas relacionados aos tumores neuroendócrinos demonstra benefícios também no controle do crescimento tumoral, o que abre uma nova perspectiva no tratamento desses tumores", explica Dra. Aline Chaves Aline Chaves, oncologista do Hospital Luxemburgo de Minas Gerais e pesquisadora clinica de Belo Horizonte.
O remédio Sandostatin Lar --acetato de octreotida para suspensão injetável intramuscular mensal-- foi desenvolvido pela multinacional suíça Novartis, indicado para o tratamento dos sintomas relacionados aos tumores.
Controle da doença
Segundo o estudo, para pacientes ainda sem sintomas do tumor --batimento cardíaco acelerado, diarréia e rubor, por exemplo-- o câncer ficou controlado por pouco mais de dois anos (28,8 meses), contra seis meses para o grupo sem o medicamento, tratado apenas com placebo --substância inativa, já que não havia anteriormente um tratamento pré-sintomas.
Para pacientes com tumor já funcional, com sintomas, o tempo sem progressão do câncer foi de 14,3 meses para os tratados com o medicamento, contra 5,5 meses para os não tratados com ele.
A pesquisa foi feita em 18 centros na Alemanha com 85 pacientes tratados com o medicamento ou com placebo --substância inativa--, até a progressão do tumor.