Pílula diária teria ajudado a impedir infecção por HIV em homens
Um comprimido que é tomado uma vez por dia e que reúne duas drogas anti-Aids da Gilead Sciences reduziu em 43,8% o risco de contaminação por HIV em homens gays e bissexuais com perfil de alto risco, relataram pesquisadores nesta terça-feira (23).
O estudo foi promovido pelo governo norte-americano no Peru, Tailândia, áfrica do Sul e outros países. A ideia é tomar medicamentos antes da infecção para reduzir o risco de transmissão do HIV. Mas a estratégia não deve ser entendida como uma dispensa do uso de preservativos.
A equipe internacional de cientistas estudou 2.499 homens gays, bissexuais e transgêneros com perfil de alto risco de infecção pelo vírus causador da Aids. Metade deles tomou o comprimido Truvada, que contém as drogas tenofovir e entricitabina, da Gilead, e metade tomou um placebo.
Após dois anos e meio, cem dos homens estavam contaminados pelo vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids - 36 que tomaram o Truvada e 64 dos que tomaram um placebo.
"Isso significa que a ingestão diária do Truvada reduziu o risco de contaminação pelo HIV em 43,8%", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, que financiou o estudo.
As pessoas frequentemente se esquecem de tomar pílulas, e por essa razão os pesquisadores fizeram exames de sangue regulares nos pacientes. Os homens que mostraram ter a droga ativa em seu sangue 90% do tempo tiverem um risco 72,8% menor de contrair o vírus do que aqueles que tomaram placebo.