Presidente do CRF/MS cobra criação, na Capital, dos postos de coleta de medicamentos vencidos
Em outubro do ano passado, durante uma sessão itinerante da Camara Municipal, realizada no Conselho Regional de Farmácia em Mato Grosso do Sul, foi aprovado com 12 votos favoráveis e nenhum contra, o PLC 282/10, de autoria do vereador Paulo Siufi, que prevê a criação de postos de coleta e descarte adequado de medicamentos.
Nesta mesma ocasião, o presidente do CRF/MS destacou a importância da criação destes postos de coleta, alertando que, sem opção de local para descarte, a população despeja os medicamentos inutilizados em pias, ralos ou vasos sanitários ou até mesmo misturam os medicamentos no lixo, o que causa grandes danos à saúde pública.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira (10), aos jornalistas Joel Silva e Carmen Cestari, no Rádiojornal Primeira Notícia, da 104 FM – Rádio MS, Ronaldo ressaltou as consequências que podem ser causadas pelo descarte inadequado destes produtos.
Ao despejar os medicamentos em ralos ou pias, eles vão direto para a rede de esgoto, chegam aos mananciais e o sistema de tratamento de águas não retêm esse tipo de substância. Com isso, a população consome na água tratada, antibióticos hormônios e toda a sorte de produtos químicos diluídos na água. Já aqueles descartados no lixo, caem nas mãos dos trabalhadores dos lixões que podem se contaminar ou até mesmo ingerir estes remédios, correndo sérios riscos, explicou.
Ronaldo ainda alertou para a necessidade da presença constante de um farmacêutico, nestes postos de coleta, o que permitiria a correta destinação de cada produto, já que é o profissional capaz de avaliar os benefícios e também os malefícios oferecidos por cada tipo de componente destes medicamentos.
PLC 282/10
De autoria do vereador Paulo Siufi, a Lei Municipal prevê a criação de políticas de informação sobre danos ambientais causados pelo descarte incorreto dos medicamentos, assim como a autorização de criação de postos de coleta e descarte adequado destes produtos.
Para Ronaldo Abrão, mais do que criar estes postos de coleta, é fundamental que a população tenha conhecimento dos riscos causados pelos medicamentos vencidos e descartados de forma inadequada.
A população só entende que o medicamento só faz bem, e acaba usando estes produtos em qualquer situação, e muitas vezes, de forma errada, destacou o presidente do CRF/MS.
Questionado sobre como o conselho pretende se posicionar a respeito da não regulamentação da Lei, Ronaldo explicou que cabe ao CRF/MS, enquanto organização de classe, preocupada com a qualidade e segurança dos serviços prestados em saúde, se movimentar e cobrar das autoridades, em todas as esferas, a efetiva adoção de medidas preventivas e protetivas à saúde da população.