Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Riscos de receitas médicas ilegíveis preocupam sociedade e farmacêuticos

Um erro aparentemente simples — uma letra mal desenhada em uma receita médica — pode ser a diferença entre a cura e uma grave complicação de saúde. Casos de medicamentos erroneamente dispensados devido à ilegibilidade de prescrições preocupam farmacêuticos, pacientes e autoridades, revelando um desafio persistente nos sistemas de saúde.

A ilegibilidade nas receitas médicas é uma das principais causas de erros de medicação. Um estudo publicado no Journal of Patient Safety estima que até 7.000 mortes anuais nos EUA estão ligadas a erros de medicação, muitos deles originados de interpretações equivocadas. No Brasil, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) alerta que confusões entre nomes de medicamentos (como “Diazepam” e “Diazoxide”) ou doses incorretas são frequentes, expondo pacientes a intoxicações, alergias ou falhas no tratamento.

Farmacêuticos relatam a angústia diária de decifrar prescrições. “Muitas vezes, perdemos minutos preciosos ligando para médicos ou cruzando dados no sistema, enquanto o paciente espera”, explica Ana Lúcia Mendes, farmacêutica com 15 anos de experiência em São Paulo. Em situações críticas, como emergências, o atraso pode agravar condições de saúde.

Diante do risco, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) é enfático: farmácias e pacientes jamais devem tentar adivinhar o conteúdo de uma prescrição ilegível. A entidade reforça que a interpretação equivocada configura falha ética e técnica, podendo resultar em responsabilização legal. A orientação é clara: em caso de dúvida, o farmacêutico deve contatar imediatamente o médico prescritor para confirmar cada detalhe. Pacientes também são alertados a não aceitar medicamentos sem compreender a prescrição, garantindo seu direito à informação clara.

Saiba mais em cff.org.br