Audiência reúne sugestões para fortalecer luta pela remuneração salarial digna
Diante da recusa do Sinfar/MS referente ao piso proposto, uma nova mesa redonda será realizada no próximo dia 12 de julho, às 14h
A Audiência Pública realizada nesta quarta-feira, na Câmara Municipal dos Vereadores reuniu sugestões dadas pelos farmacêuticos para ser foco do trabalho pela valorização salarial. A reunião contou com a presença de cerca de 150 profissionais.
Na audiência intitulada “Reajuste salarial dos farmacêuticos: remuneração digna para um profissional essencial”, compuseram a mesa: o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Paulo Siufi, o presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão e do Sinfar/MS, Luiz Gonçalves Mendes Júnior, os vereadores Professora Rose, Dr. Jamal, Luiza Ribeiro, o superintendente do Ministério do Trabalho, Anizio Pereira Tiago, a coordenadora estadual da Assistência Farmacêutica, Ângela Cristina Cunha Castro Lopes.
Abrindo a audiência, o presidente do Conselho falou do apoio que o órgão tem prestado ao Sindicato e toda categoria na luta pela dignidade salarial que o farmacêutico tanto merece. Abrão destacou que a farmácia só está aberta porque o farmacêutico está presente e que só com ele que o estabelecimento pode fazer serviços como a venda de medicamentos controlados, intercambialidade e fracionamento de medicamentos e ainda fazer a prestação de serviços farmacêuticos de relevância.
“Não pode um profissional com tanta importância receber um salário tão ínfimo. Não estamos aqui para causar polêmica, mas também não podemos apanhar”, pronunciou.
O superintendente do Ministério do Trabalho explicou que a Delegacia Regional do Trabalho tem a função de formalizar as relações de trabalho e garantir segurança e condição dentro do ambiente de trabalho. “Desempenhamos também a mediação administrativa quando as categorias nas suas negociações, não chegam a um acordo. O Ministério do Trabalho procura então garantir o entendimento”, comentou.
Pelo Sinfar/MS, o presidente, Luiz Gonçalves Mendes Júnior, lamentou a ausência do sindicato patronal, que havia sido convidado para participação e reafirmou o propósito de continuar na luta por um futuro melhor e com o mínimo de dignidade ao farmacêutico.
“Temos a obrigação moral de deixar um legado e fazer isso por nós mesmos. Nós como Sindicato temos que inflamar, porque sozinho não tem poder de decidir por três mil farmacêuticos. E hoje pagamos o ônus de uma realidade que fomos incorporando. Sem desmerecer outras categorias, mas um pedreiro, por exemplo, tira R$ 800 por semana”, exemplificou. Atualmente, Mato Grosso do Sul tem a quarta pior remuneração para o farmacêutico no País. Ficando atrás do Amazonas, Paraíba e Pernambuco.
O Sinfar/MS também propôs que fosse alterado a intitulação de piso salarial para salário mínimo do farmacêutico, como uma forma de mostrar à categoria que aquele valor que se negocia hoje é o mínimo que deve ser aceito pelo profissional e não o máximo que ele pode receber.
Palavra dos farmacêuticos - O acadêmico de Farmácia Walter dos Santos Cuenca foi o primeiro a se manifestar. Em seu pronunciamento ele falou da importância de proporcionar saúde à população e o quanto o baixo salário dificulta até mesmo a continuidade dos estudos.
O segundo a se manifestar, foi Lucas Marques, que frisou que sem o farmacêutico não há continuidade do tratamento médico do paciente.
“Um balconista jamais terá condição de receitar um medicamento, de prestar assistência farmacêutica e promover saúde. O farmacêutico, ao contrário do balconista, ele não vê um cliente, ele vê um paciente e tem compromisso, acima de tudo, com a saúde. Nós estamos pedindo, mais que o piso, por dignidade”.
Mesa Redonda - Diante da recusa do Sinfar/MS referente ao piso proposto, uma nova mesa redonda será realizada no próximo dia 12 de julho, às 14h, também sob mediação da Delegacia Regional do Trabalho.