Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Bancos de tumores de todo Brasil poderão se interligar em rede

Cento e cinquenta profissionais de bancos de tumores de diferentes estados se reuniram no II Fórum do BNT (Banco Nacional de Tumores) e DNA, promovido pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer) com o apoio da OPAS (Organização Pan Americana da Saúde). A proposta principal é criar uma rede nacional de bancos de tumores. A integração entre os centros, além de permitir traçar o perfil genético da população brasileira, pretende aprimorar o diagnóstico e o tratamento do câncer no país. Para que todos os centros que formarem a rede possam se comunicar, o INCA cederá sistema eletrônico de gerenciamento dos bancos e se encarregará da capacitação de pessoal. O diretor-médico BNT, José Cláudio Casali, destacou o avanço entre o primeiro e o segundo fóruns – o primeiro, há dois anos, reuniu apenas 15 pessoas – e a importância da existência dos bancos de tumores. “Aspectos morfológicos e clínicos não bastam para explicar o comportamento do tumor, como ele vai responder ao tratamento e qual o prognóstico. É preciso saber como se dá a interação dos fatores ambientais e genéticos nas diferentes regiões do país, fazer a classificação molecular e encontrar marcadores biológicos para os tumores”, esclareceu. Iniciado há três anos, o BNT reúne hoje mais de 8.500 amostras de aproximadamente 2.500 pacientes do INCA. As amostras estão disponíveis para uso em pesquisas, sem fins lucrativos, não só na instituição como em qualquer centro que atenda aos critérios previstos pelo Comitê de Ética. Paralelamente ao II Fórum do BNT foi realizado o I Encontro de Enfermeiros de Biobancos. São estes profissionais que fazem o primeiro contato com o paciente convidando-os a tornarem-se doadores. “O doador não vai se beneficiar, mas vai ajudar futuros pacientes. E quanto maior o tempo de acompanhamento de cada doador, maior o valor científico, pois poderemos entender o prognóstico daquele tipo específico de tumor, possíveis efeitos colaterais, surgimento de tumores secundários”, completou Casali. Após palestras com especialistas em cada uma das áreas essenciais para a operacionalização dos bancos, os participantes dividiram-se em seis grupos temáticos para debater questões pertinentes a cada área, como, por exemplo, o uso e a adequação dos questionários epidemiológicos que reúnem todas as informações relevantes sobre cada doador, do histórico familiar aos hábitos de vida que possam estar associados ao desenvolvimento daquele tumor. O trabalho destes grupos resultará numa ata que orientará novas ações e projetos para a consolidação e ampliação da rede nacional do BNT.