Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Casos de hepatite crescem no País

E o número de portadores já ultrapassa em quase oito vezes a quantidade de pessoas infectada pelo vírus HIV.

A doença é silenciosa, mas os números são alarmantes. Nos últimos 10 anos, os casos de hepatite no Brasil cresceram mais de 5.000%, de acordo com dados do Ministério da Saúde. E o problema não se restringe ao País. Para se ter ideia, no mundo, 325 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus tipo B e 170 milhões com o C, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de portadores já ultrapassa em quase oito vezes a quantidade de pessoas infectadas pelo HIV. Combater a doença tornou-se um grande desafio para as autoridades mundiais que atuam na área. No caso do Brasil, as ações acontecem em três frentes: prevenção e controle, vigilância epidemiológica e assistência ao portador. Mesmo assim, conter o mal e diagnosticá-lo não é tarefa fácil. "Muitos indivíduos são portadores sem desenvolverem a doença, no entanto, poderão contaminar outras pessoas sem saber", comenta Suzane K. Ono-Nita, hepatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Febre, mal-estar, urina escura, enjoo e olhos amarelados são alguns dos sintomas. No entanto, somente 5% das pessoas portadoras do vírus manifestam os sinais. A grande maioria trata o mal como uma virose. Muitos consultam um clínico-geral acreditando estar apenas com um resfriado forte. "A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por agentes infecciosos ou por substâncias tóxicas como certos medicamentos e álcool. Ela pode ser classificada como aguda (duração inferior a seis meses) ou crônica. Se não diagnosticada de forma correta, com o passar dos anos ela pode evoluir para uma cirrose ou câncer", explica, Roberto José de Carvalho Filho, médico da Casa das Hepatites da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Por isso, um diagnóstico preciso pode ser fundamental para tratar a doença. Um hemograma completo ou um ultrassom do fígado são exames que determinam não somente a hepatite, mas o tipo de vírus que causam o mal. "A classificação segue as cinco primeiras letras do alfabeto: A, B, C, D e E. "Os vírus A e E causam hepatites agudas, que são inflamações de curta duração, com resolução espontânea, após alguns meses, para cura na grande maioria dos casos, após alguns meses. Já os vírus B,C e D causam hepatites agudas que podem se transformar em hepatites crônicas, quando a inflamação no fígado persiste além de seis meses após o contágio", conta o médico.