Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Cetuximabe é aprovado pela Anvisa para tratamento do câncer de cabeça e pescoço

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o uso do anticorpo monoclonal Cetuximabe, da Merck Serono - uma divisão da Merck, como parte do tratamento para pacientes com tumores de cabeça e pescoço recorrente e/ou metastático, doença com 650 mil novos casos anualmente no mundo e responsável por mais de 350 mil mortes. Mais comum em pessoas acima de 40 anos, esse tipo de câncer atinge três vezes mais os homens do que as mulheres. O medicamento, que já obteve a aprovação europeia para sua comercialização, é o primeiro tratamento em 30 anos a aumentar a sobrevida dos pacientes com tumor recorrente e/ou metastático, quando ele se espalha para outros locais além de sua origem. O registro da indicação de um determinado medicamento é concedido após a comprovação de sua eficácia e segurança, detectados com a realização de testes e estudos clínicos. O estudo EXTREME (Cetuximabe no tratamento de primeira linha para câncer de cabeça e pescoço recorrente e/ou metastático) foi realizado na Europa com 442 pacientes. Seus resultados mostraram que a utilização conjunta de Cetuximabe e quimioterapia propiciou um aumento de cerca de 3 meses na sobrevida global dos pacientes, com redução de 20% no risco de morte e 46% no risco de progressão da doença. Também foram aplicados questionários avaliando a qualidade de vida dos pacientes desse estudo e a análise mostrou benefícios relevantes, sem impactos adversos na vida do doente. Uma pesquisa realizada em quatro países, com cerca de dois mil pacientes, revelou que o Cetuximabe tem se tornado tratamento padrão para esse tipo específico de câncer. Entre 2008 e 2009, o uso combinado de quimioterapia e Cetuximabe em pacientes sem tratamento anterior dobrou, substituindo o padrão anterior de tratamento (quimioterapia de forma isolada). Um levantamento realizado pela área de oncologia clínica do ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde), apontou que cerca de 95% dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço são fumantes ou têm histórico da doença, que inclui tumores que ocorrem na cavidade oral, faringe, laringe e cavidades nasais. A boca é uma das áreas mais afetadas. Por ter sintomas abrangentes como dor de garganta persistente e dificuldade para mastigar, esse tipo de câncer é geralmente diagnosticado em estágio avançado, dificultando seu tratamento.