Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

CFF contra a venda de medicamentos em supermercados

O grupo de farmacêuticos também esteve na Secretaria-Geral da Presidência da República, onde, sustentou as razões que preocupam as entidades farmacêuticas quanto à venda de medicamentos fora das farmácias

Representantes do CFF (Conselho Federal de Farmácia), CNS (Conselho Nacional de Saúde) e Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos) estiveram na última quarta-feira na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, para reiterar junto à ministra Ideli Salvatti, o ofício, encaminhado à presidenta Dilma Roussef, que destaca os riscos que a população está sujeita, caso seja aprovado o artigo 8º da Medida Provisória MP 549-B, que prevê a comercialização de medicamentos em supermercados.

Os farmacêuticos solicitaram que a ministra interceda junto à presidenta, para que o artigo seja vetado.

O grupo de farmacêuticos também esteve na Secretaria-Geral da Presidência da República, onde, sustentou as razões que preocupam as entidades farmacêuticas quanto à venda de medicamentos fora das farmácias. O documento, com o pedido de veto ao referido artigo, foi encaminhado ao ministro Gilberto Carvalho e ao Gabinete Institucional da Casa Civil.

Ainda na quarta-feira, o Plenário do CNS aprovou, por unanimidade, a recomendação ao veto presidencial. Diante deste posicionamento e da mobilização das entidades que representam o setor, os farmacêuticos demonstraram otimismo e acreditam que o texto sobre venda de medicamentos em locais que não estejam ligados à saúde receba o veto presidencial.

Medida - O Plenário do Senado aprovou, no dia 25 de abril, o Projeto de Lei de conversão 7/2012, decorrente da Medida Provisória (MP) 549/2011, facultando, em seu artigo 8º, a comercialização de MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição), em supermercados, armazéns, empórios e lojas de conveniência. O CFF criticou a aprovação, na íntegra, da Medida. “Medicamentos não são produtos comuns, não podem ser expostos em gôndolas, ao alcance de qualquer cidadão, pois representam riscos sérios à saúde da população. O debate não pode esfriar. É a saúde do povo brasileiro que está em jogo”, declarou o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João.

A preocupação do Conselho Federal de Farmácia é quanto aos riscos a que será exposta a população. “Disponibilizar medicamentos ao alcance dos cidadãos, em supermercados, pode aumentar a automedicação e o uso irracional de medicamentos e, consequentemente, elevar o número de intoxicações medicamentosas e de casos de reações adversas, além da disseminação do ‘mito’ de que medicamentos isentos de prescrição médica não são prejudiciais à saúde”, afirma Jorge João.