Cirurgia para depressão pode ser solução nos casos em que não há resposta a medicamentos
Uma cirurgia polêmica vem chamando a atenção de especialistas e poderá, no futuro, ser mais uma opção para pessoas que não conseguem se livrar das crises de depressão profunda. Ela consiste na eletroestimulação cirúrgica de uma parte do cérebro e esta sendo testada por pesquisadores do centro médico da Universidade Pittsburgh, nos Estados Unidos.
A experiência parece saída de um filme de terror, mas neurologistas garantem que a técnica é indolor. No procedimento, cirurgiões fazem dois pequenos furos no crânio do paciente, inserem pequenos eletrodos em uma região específica do cérebro e ajustam a voltagem de acordo com o caso. Os eletrodos funcionam com baterias minúsculas que são colocadas embaixo da pele na região peitoral e são controlados por controle remoto.
Segundo o neurologista Douglas Kondziolka e o psiquiatra Robert Howland, o objetivo do implante é regular a atividade dos neurônios no campo que controla a ansiedade e a tristeza, geralmente super ativos em pessoas deprimidas. Até o momento, o procedimento foi testado por 30 pacientes e o resultado da experiência deve ser divulgado em quatro meses.
Estima-se que existam 13 milhões de pessoas com depressão no Brasil e cerca de 450 milhões de pessoas pelo mundo sofrem diariamente com este tipo de transtorno mental. Cerca de um quinto dos portadores do distúrbio tem sintomas difíceis de serem controlados apenas com medicamentos ou psicoterapia. Mulheres costumam ser mais atingidas pela doença do que os homens, numa proporção de três para um. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que a depressão será a doença mais comum do mundo daqui a vinte anos.