Com aumento no número de casos de dengue, farmacêuticos podem se capacitar gratuitamente para identificar casos
Os números de casos de dengue têm crescido em todo o país. Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, apontam que, em todo o país já foram notificados mais de 715 mil casos suspeitos da doença, 135 mortes confirmadas e outras 481 em investigação. Apesar de não ser um dos estados com a situação mais crítica, em Mato Grosso do Sul, conforme a Secretaria de Estado de Saúde, foram notificados 3.207 e uma morte por dengue já foi confirmada, até o dia 20 de fevereiro.
O CRF-MS destaca que os profissionais farmacêuticos têm um potencial enorme de atuarem no processo de cuidado do paciente com essas arboviroses. Mas para isso é preciso que estejam qualificados.
“Muitas vezes a pessoa quando está com algum sintoma da dengue, que é bem semelhante ao de uma gripe, procura uma farmácia antes de ir ao médico ou posto de saúde, por isso os farmacêuticos precisam estar capacitados para fazer esse primeiro atendimento”, destacou o assessor técnico do CRF-MS, Adam Macedo Adami.
Pensando nisso, o CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de MS) reuniu várias orientações para os farmacêuticos. Confira os vídeos no canal do Conselho no YouTube:
Além disso, o Conasems está oferecendo um curso online e gratuito de capacitação. O objetivo do curso é ensinar sobre as principais formas de combater a Dengue, Chikungunya e Zika. Entre as informações estão a identificação dos vetores, prevenção, tratamento e manejo clínico. As inscrições devem ser feitas no Portal Educacional do Conasems: https://bit.ly/ConasemsArboviroses.
A capacitação é fundamental, e como o farmacêutico é o profissional da saúde mais próximo da população, precisa auxiliar quanto aos perigos da automedicação. Se uma pessoa tomar alguma medicação que é contraindicada em caso de suspeita de dengue, a pessoa pode ter sérias complicações, como uma evolução para dengue hemorrágica e até morrer.
Medicamentos derivados de ácido acetilsalicílico ou sigla AAS são contraindicados em todos os casos de dengue ou suspeita de dengue porque são anticoagulantes e assim, aumentam o risco de sangramentos e hemorragias.
“Aqui em Mato Grosso do Sul, temos uma Resolução Estadual que obriga todas as drogarias e farmácias, públicas e privadas do Estado, a disponibilizar uma lista contendo a relação dos medicamentos contraindicados em casos de dengue”, explica o assessor técnico do Conselho.
Os anti-inflamatórios não hormonais (ou não esteroidais), como o diclofenaco, indometacina, ibuprofeno, piroxicam, naproxen, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac, diflunisal e o ibuprofeno, por exemplo, também são contraindicados, pois elevam o risco de sangramentos.
“Em geral, todos os anti-inflamatórios podem aumentar a tendência hemorrágica da dengue e, por isso, são desaconselhados. É importante iniciar a abordagem dos sintomas da dengue com medidas não farmacológicas tais como: repouso e ingestão de líquido. Caso seja necessário o uso de medicamentos para o tratamento de febre ou dor, deverão ser utilizados medicamentos à base de paracetamol ou dipirona, de forma racional, respeitando os intervalos entre as doses e a dose máxima diária”, complementa o farmacêutico e assessor técnico do CRF-MS, Adam Adami.