Conselho de farmácia faz mutirão de recolhimento de medicamento vencido neste sábado
85% da população da região centro-oeste descarta o medicamento no lixo comum ou esgoto
Além disso o CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia de MS) realizará uma ação social neste sábado (4) para conscientizar a população. Será realizado um mutirão de recolhimento de medicamentos. O descarte correto é um assunto que preocupa muito já que uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, constatou que 76% dos entrevistados indicaram maneiras incorretas para a destinação final desses resíduos. Nas Regiões Centro-Oeste/Norte, o porcentual é ainda maior, 85%. O índice somente é superado pelo apurado na Região Nordeste, 87%. Nas regiões Sudeste e Sul os porcentuais foram de 75% e 53%, respectivamente. Pelos resultados da pesquisa, a maioria da população descarta sobras de medicamentos ou medicamentos vencidos no lixo comum. Quase 10% afirmaram que jogam os restos no esgoto doméstico (pias, vasos sanitários e tanque).
Quem tiver medicamento vencido em casa ou que não faz mais uso do mesmo poderá fazer o descarte correto neste sábado (4), no shopping Norte Sul em Campo Grande, das 10h às 18h. Durante a ação, farmacêuticos e acadêmicos de farmácia ainda darão orientações sobre a forma correta do uso de medicamentos e interações com o uso de mais medicamentos de uma só vez. Terão ainda serviços de aferição de pressão e teste de glicemia.
Alunos da escola estadual Joaquim Murtinho, em Campo Grande também receberão palestra de orientação sobre a forma correta do uso e descarte de medicamento vencido nesta sexta-feira (3), às 13h50. "A nossa ideia é estimular os jovens a fazer o procedimento da forma correta e fazer com que eles levem para casa e disseminem esse conhecimento para os demais integrantes da família", aponta a presidente do CRF/MS, Kelle Slavec.
Mais dados sobre automedicação – Pesquisa atual realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha
A pesquisa constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos últimos seis meses. Na região centro-oeste/norte este índice sobe para 80%, nordeste fica em 79%, sudeste (77%), sul (71%). Quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês, no centro-oeste/norte (53%), e um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana. Inédita na história dos conselhos de Farmácia, a pesquisa investigou o comportamento dos brasileiros em relação à compra e ao uso de medicamentos, e servirá para subsidiar uma campanha nacional de conscientização, em comemoração ao dia 5 de maio, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos.
O estudo detectou ainda uma modalidade diferente de automedicação, a partir de medicamentos prescritos. Nesse caso, a pessoa passou pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebeu uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dose receitada. Esse comportamento foi relatado pela maioria dos entrevistados (57%), especialmente homens (60%) e jovens de 16 a 24 anos (69%). A principal alteração na posologia foi a redução da dose de pelo menos um dos medicamentos prescritos (37%). O principal motivo alegado foi a sensação de que “o medicamento fez mal” ou “a doença já estava controlada”. Para 17%, o motivo que justificou a atitude foi o custo do medicamento – “ele é muito caro”.
A frequência da automedicação é maior entre o público feminino. Mais da metade das entrevistadas (53%) informou utilizar medicamento por conta própria, pelo menos uma vez ao mês. A maioria das pessoas entrevistadas afirmou que se automedica quando já usou o mesmo medicamento antes (61%). A facilidade de acesso ao medicamento foi outro fator determinante, principalmente entre o público jovem, de 16 a 24 anos (70%).
Familiares, amigos e vizinhos foram citados como os principais influenciadores (25%) na escolha dos medicamentos usados sem prescrição, nos últimos seis meses, embora, 21% dos entrevistados tenham citado as farmácias como a segunda fonte de informação e indicação.
Medicamentos mais usados – Por meio da pesquisa foram identificados, também, os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses. É surpreendente o alto índice de utilização de antibióticos (42%), somente superado pelo porcentual declarado para analgésicos e antitérmicos (50%). Em terceiro lugar ficaram os relaxantes musculares (24%). O uso de antibióticos foi maior nas regiões Centro-Oeste e Norte (50%).
Metodologia – A pesquisa quantitativa foi realizada com a população brasileira a partir de 16 anos de idade e que utilizou medicamentos nos últimos seis meses. A coleta de dados foi feita pelo Datafolha, entre os dias 13 e 20 de março de 2019. Com uma amostra de 2.074 pessoas, o estudo teve abrangência nacional, incluindo capitais/regiões metropolitanas e cidades do Interior, de diferentes portes, em todas as regiões do Brasil. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.