Desde 1992, Teila Oliveira Amaral, 31 anos, trabalha com a venda de ervas medicinais, usadas no tratamento de problemas de saúde. O conhecimento ela obteve do pai, Sr. Ari, que também aprendeu a ciência na prática e nunca estudou o assunto. Pela primeira vez Teila, participa de um curso sobre plantas medicinais, ministrado pelo CRF/MS. O objetivo é melhorar técnicas de coleta, secagem e armazenamento destas plantas aos conhecidos “raizeiros” do Mercado Municipal de Campo Grande. “Quando passa uma matéria na TV de alguma erva medicinal muitas pessoas procuram informações com a gente e eu nem sempre sei explicar”, conta Teila. Ela afirma que as aulas têm ajudado muito no trabalho diário. “O curso é muito bom. Eu estou aprendendo qual a dosagem certa para cada pessoa, o que posso ou não vender para cada caso”, conta a vendedora. O presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão, é o organizador do curso. Ele explica que a utilização de ervas no tratamento de doenças já faz parte da rotina das pessoas, entretanto, algumas plantas exigem atenção especial quanto à coleta, conservação e até os melhores momentos para utilização. De acordo com Abrão, o curso atende ao pedido da Funsat (Fundação Social do Trabalho), que sentiu a necessidade de qualificar os vendedores. Abrão ressalta que o Mercado Municipal é um ponto turístico da cidade e, por este motivo, recebe muitas pessoas de outros estados, que, às vezes, não sabem como usar as ervas e precisam de orientação. Teila revela que muitas pessoas chegam ao box e já pedem o que desejam comprar. Contudo, existem clientes que pedem informação e ela nem sempre tem respostas às perguntas deles. “Eu trabalho o dia todo e não tenho acesso à internet. Como vou manter os conhecimentos atualizados”, questiona. “A utilização de ervas medicinais é uma tendência mundial dos povos desde milênios antes de Cristo e que a ciência busca cada vez mais alternativa para o tratamento e prevenção de diversas doenças por meio das plantas”, afirma Abrão. Segundo o presidente do CRF/MS, a grande procura pelas ervas deve-se ao efeito colateral, menor que dos medicamentos industrializados, além do custo reduzido. Atualmente, apenas duas plantas medicinais têm uso regulamentado pelo Ministério da Saúde e liberadas para uso no SUS: guaco e espinheira santa. Folhas de guaco são usadas como xarope para tosse e como expectorante e a espinheira santa é usada para tratamento de gastrite e úlceras estomacais. “Este é um primeiro passo para melhorar o serviço prestado à população. O uso de plantas medicinais é cultural e a venda é feita por qualquer pessoa, o que dificulta o controle. Optamos por levar conhecimentos não só sobre o uso das plantas mas principalmente sobre os riscos de algumas delas causarem mal à saúde. O confrei, por exemplo, vem sendo usado por algumas pessoas como chá e devemos ressaltar que esta planta é tóxica para o fígado, no entanto, é excelente para uso externo como cicatrizante”, destaca Abrão. O curso teve início na segunda-feira (29/06) e está previsto para terminar na quinta-feira (02/07). Contatos para a imprensa: Ronaldo Abrão: 9985 0661 Teila Oliveira Amaral: 9629 6328 e 9111 8607