Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

CRF/MS alerta para o perigo das interações medicamentosas no Carnaval

O CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia do Estado de Mato Grosso do Sul) alerta para as interações medicamentosas mais comuns durante a folia do Carnaval. Entre os dias 1º e 4 de março, a recomendação é reforçada, período em que muitas pessoas abusam da combinação: automedicação e álcool. O brasileiro tem por natureza o hábito de se automedicar e aceitar a recomendação de leigos no assunto na hora de tomar medicamentos. O presidente do CRF/MS, Kalil Nabhan de Barros, ressalta que, antes de ingerir qualquer medicamento, mesmo aqueles de venda livre e que aparentam ser inofensivos, é necessário obter a orientação do farmacêutico. “Os medicamentos reagem entre si, como o antibiótico com o anticoncepcional, o analgésico com a bebida alcóolica. Se um paciente for à farmácia, o profissional farmacêutico deve perguntar se ele faz o uso de outros medicamentos, se ele consultou o médico para saber se pode toma-lo e o mais importante, não se deve misturar com bebida alcóolica”, explicou o presidente. O CRF/MS destaca a importância do farmacêutico alertar ao folião que a combinação de álcool e medicamentos pode ocasionar diversos problemas à saúde, como nos exemplos abaixo: Analgésicos + álcool: irritação da mucosa do estômago, hemorragia gastrointestinal, tonturas e perda da coordenação motora. Calmante + álcool: é uma das combinações mais perigosas. Nos casos mais graves, a pessoa não fica apenas “mais sonolenta”, pode evoluir para coma e morte. Dipirona + álcool: potencializa o efeito sedativo do álcool. Antibióticos + álcool: pode provocar vômitos, palpitação, dor de cabeça, queda da pressão arterial, dificuldade respiratória e levar até morte. Além disso, há o risco do álcool inibir o efeito do antibiótico, piorando o quadro de infecção pré-existente. Outro problema é que o álcool aumentar a toxicidade hepática. Antidepressivos + álcool: provoca sonolência e diminui a eficácia dos antidepressivos. Inibidores de apetite + álcool: provoca tontura, vertigem, fraqueza, desmaio e até confusão mental. Insulina + álcool: pode levar a um quadro de hipoglicemia, causando grande mal-estar e até desmaio. Anticonvulsivantes + álcool: aumenta a incidência dos efeitos colaterais do anticonvulsivante e pode precipitar uma crise convulsiva. Antialérgicos + álcool: provoca sonolência. Os perigos também se estendem às plantas medicinais, como os chás, xaropes caseiros ou até mesmo os medicamentos fitoterápicos também merece cuidado: Boldo do Chile + anticoagulante = aumenta o risco de sangramentos Camomila + anticoagulante = aumenta o risco de sangramentos Guaraná + anticoagulante = aumenta o risco de sangramento Erva de São João + anticoncepcional = risco de sangramentos e gravidez indesejada Maracujá + álcool ou calmantes/sedativos = aumenta sonolência Riscos da superdosagem - O farmacêutico também deve ficar atento com a associação de substâncias que podem provocar a superdosagem: Paracetamol (analgésico e antitérmico) - Pode causar lesões no fígado. Se utilizado com anti-inflamatórios pode aumentar as chances de intoxicação. Dipirona Sódica (analgésico e antitérmico) - Pode causar alergias e alterações sanguíneas que podem levar à hospitalização e até à morte. Gravidez indesejada - o farmacêutico também pode alertar os pacientes durante o Carnaval, sobre o risco do consumo da pílula do dia seguinte sem orientação, considerando ser um período em que há o aumento do consumo indiscriminado deste medicamento. Criado para ser utilizado, em casos de emergência, para evitar a gravidez indesejada, esse medicamento tem sido utilizado indevidamente como um contraceptivo comum. A eficácia desta pílula diminui com o tempo e, ingerida após cinco dias da relação sexual, não faz mais efeito. Além disso, o uso repetitivo aumenta o risco de falha, não substitui outros métodos contraceptivos como a camisinha e o anticoncepcional e não protege de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs/Aids) e quando associado ao uso de antiácido, este pode causar redução do efeito do contraceptivo pela diminuição da absorção.