CRF/MS alerta para os riscos da ingestão de medicamentos sem orientação
Prática comum entre os brasileiros, a automedicação pode trazer graves riscos, desde alergias, até levar a morte
O CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia do Estado de Mato Grosso do Sul) faz o alerta quanto aos riscos da ingestão de medicamentos por conta própria, sem orientação médica ou do farmacêutico. Prática comum entre os brasileiros, a automedicação pode trazer graves riscos, desde alergias, até levar a morte.
Nessa sexta-feira um caso ganhou repercussão em Campo Grande, quando pais de uma criança de 8 anos, deram a ela meio comprimido de um relaxante muscular, anti-inflamatório e analgésico. A criança apresentou reação alérgica, teve o quadro agravado e morreu.
O conselheiro do CRF/MS e gerente técnico de Medicamentos e Produtos da Coordenadoria Estadual de Vigilância Sanitária, Adam Macedo Adami, explica que a automedicação é um risco para qualquer paciente que pode ter reações adversas. “Como irritação gástrica, renal e o risco de alergias”, enumera.
Adami também ressalta que a prática é especialmente perigosa quando ocorre com crianças e idosos. “Principalmente os menores de 10 anos, em que nenhum medicamento deve ser administrado sem a orientação médica”, destaca.
O uso de medicamentos de forma indiscriminada e sem orientação profissional pode ainda acarretar em intoxicações. Segundo o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), em Mato Grosso Sul, o ano passado fechou com 430 casos de intoxicação por medicamentos notificadas. A orientação do Centro é para que em casa, pais mantenham os medicamentos em locais altos e com cadeado.
“O brasileiro culturalmente não tem medo de medicamento, ele usa sem orientação especializada sem a mínima noção dos riscos”, levanta o conselheiro Ronaldo Abrão.
A orientação é para que em casos de reação alérgica e sintomas de intoxicação, a vítima seja levada imediatamente para atendimento médico de urgência.
O CRF/MS alerta que, no balcão das farmácias e drogarias, o farmacêutico tem que informar sobre as indicações e sobretudo, enfatizar as contraindicações.