Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

CRF/MS comemora Dia do Farmacêutico com “Campanha do Desarmamento”

Como parte das comemorações do Dia do Farmacêutico, o CRF/MS e a Câmara Municipal realizam no próximo dia 14 de setembro, uma Sessão Solene que irá homenagear cerca de 50 farmacêuticos da Capital. Serão homenageados farmacêuticos que contribuem de alguma forma em benefício da cidade, prestando serviços em saúde para a comunidade com qualidade, segurança e ética profissional em suas várias áreas. Cada vereador homenageará dois profissionais, e os demais serão escolhidos e apontados pelo CRF/MS e pela presidência da Câmara. Também serão homenageados os coordenadores dos Cursos de Farmácia de todas as universidades e faculdades da Capital. Porém, o grande objetivo da mobilização é fazer com que farmacêuticos, familiares e acadêmicos de farmácia, que comparecerem a solenidade levem consigo medicamentos vencidos guardados em farmacinhas nas suas residências, bem como em residências de amigos. De acordo com o presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão, o Conselho pretende sensibilizar a população e autoridades políticas para a necessidade de dar uma destinação correta aos medicamentos vencidos ou armazenados em domicílios. Precisamos buscar e encontrar diversas formas para despertar a sociedade e as autoridades para necessidade de encontrar uma destinação adequada para esses medicamentos, sem risco para o meio ambiente, e especialmente, para a saúde da população. MEDICAMENTOS VENCIDOS Uma grande preocupação estabelecida mundialmente é o destino adequado dos resíduos gerados em saúde e quando se fala em medicamentos, é maior ainda, pois não há preocupação evidente por parte das autoridades governamentais e ou sanitárias no estabelecimento de uma logística de descarte que evite a poluição do meio ambiente. Mais de 80% destes resíduos são gerados pelas residências que por não terem a opção correta de descarte, depositam estes medicamentos no lixo doméstico ou na rede de esgoto através de descarga sanitária ou pela pia. Ao serem colocados no lixo doméstico, podem ser utilizados inadequadamente por pessoas humildes que fazem a reciclagem do lixo e encontram estes produtos às vezes em embalagens intactas que pelo vencimento já estabelecido ou pelas condições de temperatura, umidade ou contaminação são considerados impróprios para o consumo sem falarmos na automedicação. O medicamento quando depositado no lixo doméstico e encaminhado aos aterros sanitários comuns, acabam por contaminar o solo em que são depositados e por lixiviação atingem os mananciais de água. De acordo com os pesquisadores, os resíduos dos fármacos anti-infecciosos acabam atingindo os recursos hídricos nas regiões urbanas ou nas áreas agrícolas, o que aumenta o risco do desenvolvimento de bactérias resistentes, além de eventuais impactos na biota aquática. O estudo avaliou três classes de antibióticos (macrolídeos, quinolonas e sulfonamidas) e o composto trimethoprim, em termos de presença na água na América do Norte, Europa e ásia, identificando altas concentrações destes fármacos em águas residuais brutas, em comparação com águas residuais tratadas. Os pesquisadores identificaram a contaminação de rios, lagos, estuários, bacias e até nas águas costeiras, o que pode ser um indicativo da crescente resistência microbiana aos antibióticos, antimicrobianos e antifúngicos. Também identificaram uma crescente contaminação das águas residuais em decorrência da utilização agropecuária destes medicamentos. Isto pode ser especialmente perigoso nos países em desenvolvimento, com sistemas de coleta e tratamento de esgotos precários e sem sistemas eficientes e seguros para tratamento de água para consumo humano e animal, efetivamente preparados para eliminar a presença de fármacos e outros contaminantes. Alerta: Não há tratamento de água que retire estes produtos e eles acabam chegando intáctos nas nossas residências sendo que cada vez que abrimos as nossas torneiras, delas saem além da água e sais minerais, antibióticos, hormônios, anti inflamatórios além de agrotóxicos e toda sorte de produtos químicos nela diluidos. O planeta terra esta prestes a enfrentar grandes epidemias de doenças infecciosas pelas chamadas super bactérias pela inesistência de antibióticos capaz de combatê-las e estas resistências são adquiridas pelo contato das mesmas com micro dosagens de antibióticos diluidos nas águas. PROJETO DE LEI Em outubro do ano passado, foi aprovado e sancionado o Projeto de Lei 282/2010, de autoria do vereador, Dr. Paulo Siufi, e sugerido pelo presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão, que prevê a criação de políticas de informação sobre danos ambientais causados pelo descarte incorreto dos medicamentos, assim como a autorização de criação de postos de coleta e descarte adequado destes produtos. O CRF/MS e a Câmara aguardam a regulamentação da lei pela prefeitura e a criação efetiva de postos de arrecadação destas armas chamadas medicamentos. SERVIÇO: Data: 14.09.11 Horário: 19h Local: Câmara Municipal de Campo Grande