CRF/MS participa do Fórum Estadual Antidrogas em Campo Grande
O Diretor Tesoureiro e Secretário do CRF/MS, Adam Adami que representa o CRF/MS no Conselho Estadual Antidrogas participou da abertura do Fórum Estadual Antidrogas realizado no último dia 04 de novembro, no Palacius Eventos em Campo Grande.
O evento, realizado nos dias 04 e 05 de novembro, foi promovido pelo Conselho Estadual Antidrogas (CEAD/MS) em parceria com o Conselho Municipal Antidrogas (COMAD/Campo Grande) com a missão de elaborar, de maneira participativa, ampla e democrática, a Política Pública sobre Drogas do Estado de Mato Grosso do Sul.
O objetivo do fórum foi promover a consolidação de propostas deliberadas durante os Fóruns Regionais realizados por todo o Estado durante o ano de 2009 e 2010. Segundo o presidente do CEAD, o Promotor de Justiça Sérgio Harfouche, o MS é o 3º estado brasileiro a promover fóruns de elaboração de políticas públicas para o enfrentamento da problemática das drogas e de suas mazelas sociais.
No total, 180 projetos foram aprovados para serem expostos à sociedade e entidades, de forma que o trabalho no combate às drogas se posicione em três eixos: prevenção, recuperação e repressão. Os Fóruns Regionais foram realizados em diversos municípios, como Amambai, Aquidauana, Dourados, São Gabriel do Oeste, Três Lagoas e Campo Grande.
O Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, General Paulo Roberto Uchôa, secretaria ligada diretamente ao gabinete da presidência da república, destacou em seu pronunciamento que todas as políticas públicas setoriais devem estar integradas à política nacional antidrogas. O problema das drogas não é somente um problema de saúde pública restrito ao Ministério da Saúde e às Secretárias de Saúde, é também um problema de saúde pública, e que não é um problema exclusivo do Ministério da Saúde e das Secretárias de Saúde; o problema das drogas não é somente um problema de segurança pública e, portanto do Ministério da Justiça, do Sistema Judiciário e das policias, é também um problema de segurança pública, do Ministério da Justiça, do Judiciário e das polícias; não é somente um problema da assistência social, é também um problema da assistência social, declarou o General Uchôa.
A questão das drogas deve ser entendida como um problema complexo que envolve ações de todas as áreas do governo e em todos os níveis de governo; dos níveis federal, estadual, municipal até o comunitário. Portanto, qualquer política sobre drogas somente terá êxito se houver uma efetiva descentralização das ações até o âmbito municipal e comunitário. No âmbito municipal deve haver um compromisso consciente de apoio às atividades de prevenção às drogas, ressaltou o general Uchôa em seu pronunciamento. Esse compromisso deve resultar em ações que necessariamente promovam a capacitação de agentes públicos e de lideranças da comunidade, a articulação e a integração entre os diversos setores, segmentos e atores da sociedade, devendo envolver crianças, jovens, pais e responsáveis; escolas, professores e estudantes; lideres comunitários; conselhos, sindicatos e associações; polícias; câmara de vereadores; além e claro do executivo municipal através da participação das suas secretarias de saúde, educação, assistência social, esporte e lazer.
Quanto ao enfrentamento das drogas, toda a sociedade tem responsabilidade. Cada um de nós tem a sua quota de responsabilidade, cada um de nós pode fazer a sua parte. E nesse aspecto, o farmacêutico pode e deve dar a sua contribuição, pois enquanto profissional da saúde e como perito em medicamentos, pode prestar orientações valiosas aos usuários dos medicamentos psicotrópicos, aconselhando sobre os riscos da automedicação e do uso abusivo desta classe de medicamentos. O farmacêutico é um profissional que atualmente encontra-se preparado para aconselhar sobre os riscos do uso, abuso e dependência de drogas, podendo inclusive realizar intervenções breves e fazer o acompanhamento terapêutico de pacientes em tratamento durante a atenção farmacêutica prestada no balcão da farmácia. Acredito que o farmacêutico que atua na farmácia e na drogaria tem um potencial enorme no que tange à prevenção do uso, abuso e dependência de drogas. é recomendável, é claro, que o profissional se capacite e se atualize na área de drogas de abuso para atuar de forma mais segura, finaliza Adam Adami, especialista em Dependências Químicas pela Uniderp.
Em relação as oportunidades de capacitação, a SENAD (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) tem oferecido diversas capacitações em parceria com outros órgãos governamentais e instituições acadêmicas e tem procurado contribuir para a capacitação dos vários agentes para atuarem de forma mais adequada nos temas relacionados à prevenção ao uso indevido de drogas. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, através do Portal OBID (Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas) que é um órgão da Administração Pública Federal, vinculado à SENAD que tem como missão reunir, gerenciar, analisar e divulgar conhecimento/informações sobre drogas, incluindo dados de estudos e pesquisas nacionais e internacionais, que contribuam para o desenvolvimento de novos conhecimentos aplicados às atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas, oferece gratuitamente os seguintes cursos de educação à distância:
1) SUPERA (Sistema para Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias Psicoativas: Encaminhamento, Intervenção Breve, Reinserção Social e Acompanhamento). O SUPERA tem como objetivo capacitar profissionais da área de saúde e assistência social para a correta identificação e diagnóstico dos usuários de álcool, crack e outras drogas, com o fornecimento de princípios e técnicas atualizados cientificamente dos diferentes modelos de tratamento, intervenção e encaminhamento, em consonância com as orientações e diretrizes da Política Nacional sobre Drogas (PNAD) e da Política Nacional sobre o álcool (PNA). O curso é executado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
2) Fé na Prevenção: Curso Prevenção do Uso de Drogas em Instituições Religiosas e Movimentos Afins: O curso Fé na Prevenção oferece 5 mil vagas, com objetivo de capacitar lideranças religiosas para atuarem na prevenção do uso do crack, álcool e outras de drogas, assim como, de comportamentos de risco, fazendo a adequada identificação, abordagem e encaminhamento para a rede de atenção à saúde, tendo como base as técnicas de intervenção breve, entrevista motivacional e mudança de comportamento. é executado pela SENAD em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
3) Curso Prevenção ao Uso Indevido de Drogas – Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias: O conteúdo do curso foi elaborado por especialistas da área e reúne informações atualizadas sobre classificação das drogas e seus efeitos, padrões de consumo de drogas, tratamento, redução de danos, prevenção ao uso de drogas, legislações, políticas públicas sobre drogas e outras correlatas a esta temática, dentre outros assuntos.
4) Curso de Extensão Universitária: Integração de Competências no Desempenho da Atividade Judiciária com Usuários e Dependentes de Drogas: O curso tem por objetivo promover a capacitação dos diferentes atores envolvidos na aplicação da lei, visando ao cumprimento de penas e medidas alternativas, medidas protetivas e medidas sócio educativas, de modo a garantir o aprimoramento do serviço judiciário e diminuição da reincidência.
O curso será executado pelas Faculdades de Medicina e Direito da Universidade de São Paulo (USP).
5) Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas: O Curso de Prevenção ao Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas tem como objetivo capacitar estes profissionais para o desenvolvimento de programas de prevenção do uso de drogas e outros comportamentos de risco no contexto escolar. A Universidade de Brasília (UNB) será a executora do curso.
ONDE BUSCAR AJUDA – Disque Viva Voz Senad (0800-510.0015)
O Viva Voz é uma central telefônica, gratuita e aberta à população de todo o país, com orientações e informações sobre álcool e outras drogas.
Por meio de telefone 0800 510 0015, profissionais das áreas de saúde e educação prestam atendimento a pessoas e familiares com problemas decorrentes do consumo de álcool e outras drogas, esclarecem dúvidas e dão orientações sobre o assunto. O Viva Voz também oferece o encaminhamento para instituições de acompanhamento e tratamento disponíveis na comunidade.
Informações sobre drogas, esclarecimento de dúvidas, acolhimento e orientações para famílias ou dependentes químicos são fornecidas gratuitamente pelo Viva Voz, serviço telefônico lançado pela Senad, em junho deste ano, e que recebeu mais de 10 mil ligações. Segundo a Coordenadora do Viva Voz, a Professora Dra. Helena Maria Tanhauser Barros, os objetivos do serviço são: realizar intervenções breves, prestar esclarecimentos e informações sobre drogas e, ainda, informar aos que necessitam de atendimento a saúde, quais as entidades de apoio mais próximas à sua residência. Helena Barros, diz que o atendimento é personalizado e o usuário não precisa se identificar. Com relação à equipe, o serviço possui como consultores, estudantes universitários do último ano das áreas de Ciências Sociais, da Saúde e da Educação, devidamente treinados para prestação do serviço. Além do treinamento que durou três meses, os atendentes trabalham sob a supervisão de mestres e doutores na área de drogas. O serviço também possibilitará a realização de pesquisas visando a produção de conhecimentos relacionados ao uso e abuso de drogas.
A última Política Nacional Anti-Drogas aprovada no Fórum Nacional Antidrogas em 2004, foi resultado das discussões feitas em 06 fóruns regionais realizados nos país. Em 2005, o termo anti-drogas presente no titulo da Política Nacional foi substituído pela expressão sobre drogas por sugestão dos especialistas que participaram do último fórum e a política nacional passou a se chamar Política Nacional sobre Drogas para contemplar a abordagem das drogas licitas e essenciais ao país como é o caso dos medicamentos e portanto, seria um contra-censo haver uma política nacional contra um insumo tão essencial à sociedade. Entretanto, o Conselho Estadual Antidrogas (CEAD/MS), preocupado em passar uma linguagem clara e direta à sociedade, e de evitar uma interpretação ambígua manteve a expressão antidrogas porque é contrário a todas as práticas de abuso e de dependência de drogas, completa o diretor do CRF/MS e conselheiro do CEAD/MS, Adam Adami.