Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

CRF/MS recolhe 13kg de medicamentos vencidos em ação na Cidade da Saúde

Recolhimento de medicamentos vencidos ou apenas já abertos pela população é para evitar que eles sejam descartados no lixo comum, na pia ou ainda pelo vaso sanitário

O CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia) do Estado de Mato Grosso do Sul recolheu 13,260 quilos de medicamentos já abertos ou vencidos durante ação “Promover Saúde é Promover Vida”, na Cidade da Saúde, nesse domingo (15), nos altos da avenida Afonso Pena.

Uma grande preocupação estabelecida mundialmente é o destino adequado dos resíduos gerados em saúde e quando se fala em medicamentos vendidos, os riscos são ainda maiores, 80% deles se encontram nas residências e podem ser interpretados como uma arma contra a população e também ao Meio Ambiente.

Segundo dados do Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), em Mato Grosso do Sul o número de pessoas intoxicadas por medicamentos até o final de fevereiro já somava 69. O ano passado fechou com 422 casos em todo o Estado.

Dentro do contexto, o CRF/MS recolheu medicamentos vencidos ou apenas já abertos pela população para evitar que eles sejam descartados no lixo comum, na pia ou ainda pelo vaso sanitário.

Comprimidos, ampolas e frascos levados pelo público que prestigiou a ação foram depositados em recipientes adequados para destinação ecologicamente correta e recolhidos pela Oxinal Ambiental, empresa parceira do CRF/MS.

A manicure Ana Lúcia Prado de Oliveira, 42 anos, foi até a tenda do CRF/MS em busca de orientações. Há pouco tempo soube pela televisão, que não pode simplesmente jogar os medicamentos no lixo comum.

“Eu achava que podia antes, mas agora ficou claro e eu tenho bastante consciência. Esses dias que vi, achava que era só jogar e pronto, acabou. Mas falta muita conscientização”, diz.

Em busca de orientação, Eleonora Rocha Guedes Martins, 62 anos, também chegou a tenda do CRF/MS, após tratar um câncer, ela conta que tem vários medicamentos em casa, sem ter o que fazer.

“Jogar no vaso não dá, porque diz que é muito pior. Já levei em posto de saúde e não pegaram, o que eu faço então? No lixo comum eu não coloco. Tenho o maior cuidado porque tem famílias que vivem no lixão, eu penso em criança, mulher lá, então não dá. Faz tempo que eu pergunto e procuro uma resposta satisfatória”, relata.

A conscientização da funcionária pública Tereza Gonçalves, 59 anos, fez com que ela preferisse guardar os medicamentos vencidos por cinco anos do que descartá-los de qualquer jeito.

“Até agora estava em casa, eu já tentei levar no posto, mas ficou guardado. Por ser um material muito caro, tinha medo de por no lixo e as pessoas usarem mesmo vencido”, explica.

O CRF/MS e a Oxinal Ambiental, empresa que atua no setor de gerenciamento de resíduos em Campo Grande, fecharam parceria no começo deste mês para beneficiar farmácias, indústrias e laboratórios inscritos e regulares do Conselho para destinação ecologicamente correta de medicamentos vencidos.

Para o presidente em exercício do CRF/MS, Wilson Hiroshi, esta é mais uma ação realizada pelo Conselho no intuito de conscientizar a população sobre a destinação correta de medicamentos.

"É uma luta iniciada pelo Dr. Ronaldo Abrão e que vem dando frutos. Esperamos que as empresas do ramo farmacêutico assumam sua responsabilidade nesta questão e propiciem a destinação correta dos seus resíduos, para isto o CRF/MS tem apresentado opções como a parceria com a empresa Oxinal", conclui Hiroshi.