Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Cristália e Actelion fazem parceria para lançar medicamento para combater hipertensão pulmonar

A farmacêutica nacional Cristália, um dos poucos laboratórios brasileiros que investem em inovação, e a suíça Actelion fecharam parceria, na qual as duas empresas passam a desenvolver e promover no Brasil um medicamento pesquisado pela Cristália para o combate de hipertensão pulmonar. Essa doença, que provoca pressão nas artérias pulmonares, é considerada rara e muitas vezes fatal. O desenvolvimento desse medicamento começou há três anos, quando a Cristália lançou no mercado o Helleva, concorrente do Viagra (da americana Pfizer), para combater a disfunção erétil. Esse remédio mantém o mesmo princípio ativo, o carbonato de lodenasil, mas em concentração menor, explicou ao Valor Ogari Pacheco, presidente da companhia nacional. Segundo Pacheco, a suíça Actelion, que já possui no mercado um medicamento para combater essa doença, o Tracleer, que terá sua patente expirada nos próximos meses, se interessou pela pesquisa da Cristália e sugeriu a coparceria. Esse remédio já está em fase de ensaios clínicos. O presidente da Actelion do Brasil, Thomas Garlach, disse que, embora a parceria da farmacêutica suíça com o laboratório Cristália tenha como alvo específico um trabalho qualitativo, "é natural que haja um aumento do número de diagnósticos e também da venda de remédios" no mercado brasileiro. Garlach disse que a parceria com o laboratório brasileiro, no formato que lhe foi dado, é uma novidade no setor, ressaltando que as duas empresas têm perfis diferentes, o que favorece o aprendizado mútuo dentro desse acordo. A Actelion Pharmaceuticals, com sede em Basileia, na Suíça, tem apenas 12 anos de existência e é produto da conjugação de esforços de quatro fundos de "venture capital" que decidiram, em 1998, investir na proposta de um grupo de pesquisadores. Dois anos depois, a companhia fez, com sucesso, uma oferta pública de ações para abrir seu capital, mantendo como carro-chefe do projeto os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o foco em inovação. Estima-se que no Brasil existam hoje entre 2.000 e 3.000 pacientes com diagnóstico de HAP, mas o presidente da Actelion avalia que o número seja muito maior, em decorrência do pouco conhecimento que ainda se tem sobre a doença. O principal concorrente da droga produzida pelo laboratório suíço é o Revatio, cujo princípio ativo é sildenafil, produzido pelo laboratório Pfizer. "Os medicamentos existentes aumentam a sobrevida dos pacientes", disse Pacheco.