Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

De vacinas a oncológicos: Falsificação atinge diversos tipos de medicamentos

Remédios para disfunção erétil não são mais o único alvo de criminosos

O tráfico de drogas ilícitas parece perder espaço diante da nova modalidade criminosa: o tráfico e a falsificação de medicamentos. Os lucros da falsificação podem alcançar cifras surpreendentes e movimentam o mercado de remédios ilegais em todo o mundo.

Com base nesse tema que o Gerente de Segurança Corporativa Pfizer e Membro do Comitê de Combate à ilegalidade de Medicamentos Interfarma, Alberto Cesar dos Santos ministrou sua palestra durante o workshop Combate aos Medicamentos Irregulares.

O foco para a pirataria, antes voltado apenas aos medicamentos para disfunção erétil, foi ampliado e remédios para redução de peso, vacinas, tubérculos e até medicamentos para tratamento oncológico são alvo dos falsificadores, que garantem altos lucros com o crime.

Na Inglaterra, por exemplo, o lucro com a venda de drogas ilícitas, como a heroína, gira em torno dos 200%. O tráfico do princípio ativo de determinados medicamentos pode gerar lucro de até 2000%, explica o palestrante.

Alberto ressaltou mais uma vez a facilidade da inserção de medicamentos sem registro no mercado sul-mato-grossense, devida a proximidade com as fronteiras do Paraguai e Bolívia e que estes medicamentos são perigosos à saúde, já que não possuem autorização, fiscalização ou registro no Brasil.

Remédios como o Pramil (utilizado para disfunção erétil e comercializado no Paraguai) são vendidos a preços muito baixos, mas são verdadeiros riscos à saúde, explica.

Durante sua explicação prática. Alberto apresentou uma mesa repleta de medicamentos falsos ou proibidos, apreendidos em farmácias das mais variadas regiões do país e alertou aos participantes sobre os dispositivos de segurança aplicados para dificultar a ação dos traficantes.

Percebemos embalagens totalmente diferente das originais, cartelas com comprimidos de cores e tamanhos diferentes e algumas até com as letras impressas desbotando, o que mostra que algumas falsificações são muito grosseiras.

Porém, o palestrante acredita que ações de fiscalização e orientação são eficazes contra esse tipo de crime. O trabalho de combate à pirataria exige tempo, mas com união e ética alcançaremos bons resultados, finaliza.