Doação de órgãos e transplantes batem recorde no Brasil
O Brasil registrou no ano passado 21.040 transplantes - um número recorde -, contra 20.053 realizados em 2009. O aumento mais expressivo ocorreu nas cirurgias para transplantes dos chamados órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rins e pâncreas), com elevação de 7% em relação ao ano anterior. Transplantes de medula óssea, por sua vez, registraram um aumento de 10% no período: de 1.531 para 1.695.
Dados do Ministério da Saúde apontam para novo recorde de doações de órgãos no Brasil. O número de doadores efetivos cresceu 14% em apenas um ano. Em 2010, foram registrados 1.896 doadores contra 1.658 no ano anterior. Com esse desempenho, o Brasil atingiu a marca histórica de 9,9 doadores por milhão de pessoas. A média nacional de doações de 9,9 doadores por milhão apresentou aumento de 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de 8,7.
Os números, porém, ainda estampam as imensas disparidades regionais no que diz respeito aos transplantes. São Paulo é responsável por 47% dos transplantes realizados no país: 9.900. A marca é quase cinco vezes maior do que a apresentada por Minas Gerais, o segundo colocado. Tocantins, Amapá e Roraima não realizaram nenhuma cirurgia do tipo.
Para tentar reduzir a diferença, o governo quer lançar um projeto de incentivo para Estados onde o serviço é inexistente ou apresenta deficiências, como explica Helvécio Miranda, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. - A ideia é fazer investimento em toda a rede. Mas daremos atenção especial a Estados que têm mais deficiências.
Para o secretário, é possível aumentar de forma expressiva o número de transplantes no país. - Mas não é necessário que todos os Estados tenham centros responsáveis pela cirurgia. Queremos montar polos transplantadores, que ficarão encarregados do atendimento de pacientes de determinada região.