Estudo aponta que tratamento com antibiótico pode ser eficiente contra malária
Uma equipe de cientistas alemães afirma a administração de antibióticos pode servir como imunização contra malária em residentes de áreas com alto risco de transmissão, de acordo com estudo divulgado no site Science Translation Medicine.
Os medicamentos foram testados em ratos, com os parasitas do protozoário Plasmodium em fase esporozoíta sendo injetados diretamente na corrente sanguínea do animal.
O experimento foi conduzido por profissionais do departamento de doenças infecciosas do hospital da Universidade Heidelberg em cooperação com o Max Planck Institute for Infection Biology, sediado em Berlim e voltado à pesquisa científica.
Dentro do organismo dos ratos, o desenvolvimento da malária começa no fígado, com os exemplares de Plasmodium sendo replicados diversas vezes e amadurecendo para a fase merozoíta, na qual parte dos parasitas passa à destruição de hemácias para manter a reprodução.
Com o método de administração dos remédios "clindamycin" e "azithromycin", três dias antes da inserção de parasitas no organismo dos ratos, o ataque do Plasmodium às células vermelhas responsáveis pela oxigenação no sangue foi impedido. Sintomas típicos da málaria como febre, típicos de casos graves de manifestação da doença, não ocorreram.
Os pesquisadores também afirmam que os parasitas acumulados no fígado geraram estímulo ao sistema imunológico para o desenvolvimento de imunidade prolongada.
Novas doses de Plasmodium foram administradas nas cobaias depois de 40 dias, quatro e seis meses do teste, porém sem nova aplicação dos antibióticos. Todos os animais continuaram protegidos contra a malária.
Quando os cientistas alemães testaram os ratos com um modelo mais similar às condições do contágio da doença em humanos, 30% dos ratos continuaram imunizados. Outros 85% que foram infectados não tiveram o cérebro afetado.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a doença mata 1 milhão de pessoas todos os anos, especialmente em países africanos. Cerca de 3 bilhões vivem em áreas de risco de contágio, segundo o órgão.
Segundo o Instituto Max Planck, ainda não existe um medicamento para proteger e desenvolver imunidade prolongada em pessoas contra a malária.