Estudo associa aborto espontâneo a maior risco de ataque cardíaco
Mulheres que sofreram mais de três abortos apresentaram cinco vezes mais chances de sofrer infartos mais tarde. Pesquisadores alemães descobriram que a recorrência de abortos espontâneos em mulheres está relacionada a problemas cardíacos.
Publicado na revista científica "Heart", o estudo mostrou que mulheres que abortaram mais de três vezes têm um risco cinco vezes maior de ter um ataque cardíaco. Segundo os especialistas do Centro de Pesquisas sobre o Câncer em Heidelberg, ainda não estão claras as razões dessa relação. Mas eles defendem que abortos naturais passem a servir como um @2023MCimportante indicador@2023MC de futuros problemas no coração.
Comentando o estudo, outros pesquisadores mencionaram trabalhos anteriores que sugerem que o aborto não seria uma causa dos ataques cardíacos. Haveria, na verdade, um outro fator comum que tornaria uma mulher pré-disposta a sofrer abortos e também ataques cardíacos.
O estudo alemão
Os autores do novo estudo baseiam suas conclusões em um estudo mais amplo, que tentou avaliar o impacto de dietas e estilos de vida sobre a saúde, realizado com a participação de mais de 11.500 mulheres. Todas as participantes haviam engravidado pelo menos uma vez.
Os autores estavam particularmente interessados nas mulheres que sofreram aborto natural, voluntário ou que tiveram bebês natimortos. Em todo o grupo, uma em quatro (25%) havia tido pelo menos um aborto natural detectável. Quase uma em cada cinco (18%) havia tido ao menos um aborto voluntário. Casos de bebês nascidos mortos ficaram em torno de 2%.
Em um período de dez anos, 82 mulheres sofreram um ataque cardíaco. Ao comparar os dados, os pesquisadores encontraram fortes associações entre nascimentos de bebês mortos e abortos involuntários e ataques cardíacos. Mulheres que tiveram bebês natimortos apresentaram um aumento de 3,5 vezes nas chances de sofrer ataques cardíacos. Mulheres que sofreram mais do que três abortos naturais tiveram nove vezes mais probabilidade de sofrer um ataque.
Após ajustes para excluir outros fatores de risco, como peso, hábito de fumar e consumo de álcool, a associação entre três ou mais abortos involuntários e ataques cardíacos continuou alta - cinco vezes maior. Cada aborto natural aumentou em 40% o risco de um ataque, mais de dois abortos foram associados a quatro vezes mais chances.