Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Estudo liga gene do sistema imunológico à doença de Parkinson

Um gene ligado ao sistema imunológico pode ter influência sobre o desenvolvimento da doença de Parkinson, segundo pesquisa publicada na revista "Nature Genetics". A descoberta pode levar a avanços na busca por tratamentos eficazes. Os autores afirmam que um gene na regão dos antígenos dos leucócitos humanos (HLA), que contém genes relacionados a funções do sistema imunológico, está fortemente ligado à doença de Parkinson. "Isso significa que o sistema imunológico provavelmente tem um papel importante no desenvolvimento da doença de Parkinson", disse Cyrus Zabetian, da Universidade de Washington, autor do estudo. O médico afirma que já havia pistas ligando o sistema imunológico à doença de Parkingson, uma doença neurodegenerativa que afeta entre 1% e 2% da população acima dos 65 anos. A confirmação foi feita por meio de um estudo de longo prazo de mais de 2.000 pacientes com Parkinson e 2.000 voluntários saudáveis de clínicas dos Estados do Oregon, de Washington, Nova York e Georgia. Pessoas com Parkinson sofrem tremores, têm movimentos lentos, enrijecimento muscular e dificuldade de se equilibrar. Os pesquisadores analisaram fatores clínicos, genéticos e ambientais que pudessem contribuir para o desenvolvimento e para a progressão do Parkinson e de suas complicações. "Encontramos provas fortes de que um gene da regão HLA está associado ao Parkinson", disse Zabetian. Os genes HLA ajudam o corpo a diferenciar entre os tecidos do próprio corpo e os possíveis invasores. "Não sabemos qual dos genes é, porque há um conjunto de genes nessa região, mas essa é a primeira ligação forte que prova que o sistema imunológico tem um papel nisso", disse o pesquisador. Isso pode significar que infecções, inflamações e respostas autoimunes podem ter algo a ver com o desenvolvimento da doença, afirmou Zabetian. "O que isso nos permite é focar no sistema imunológico", disse. Ainda que os tratamentos atuais ajudem a melhorar os sintomas, nenhum consegue reduzir ou interromper a progressão da doença.