EUA discutem aprovação de viagra feminino
Especialistas estão divididos sobre eficácia de pílula
Uma comissão instituída pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão controlador de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, reúne-se no próximo mês para discutir a aprovação da venda da primeira pílula concebida para fazer para as mulheres o mesmo que o Viagra fez para os homens: estimular sua vida sexual.
Um laboratório alemão pretende colocar no mercado a droga, que desperta o desejo sexual feminino acionando sua química cerebral. A perspectiva de aprovação do medicamento vem provocando um intenso debate se a pílula representa o avanço há muito tempo procurado no campo da igualdade entre os sexos - afinal, a sexualidade da mulher é mais complicada que a do homem - ou se é apenas mais uma jogada do setor farmacêutico de fabricar uma droga potencialmente desnecessária.
O mercado estimado para o medicamento é de US$ 2 bilhões somente nos EUA. Desenvolvido como um antidepressivo, o medicamento flibanserin era ineficaz no tratamento da depressão, mas parecia produzir um efeito colateral inesperado: aumentar a libido feminina. Esse fato levou o laboratório Boehringer Ingelheim a estudar o medicamento para outro fim, o transtorno do desejo sexual hipoativo, conhecido como HSDD (sigla em inglês) - uma inexplicada perda de fantasias, desejos e pensamentos sexuais que pode provocar problemas emocionais sérios.