Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Fim de patentes vai criar mercado de R$ 2 bilhões

As indústrias farmacêuticas começam a ocupar o mercado de novos medicamentos genéricos de alto consumo. Produtos até agora inexistentes para pressão alta, colesterol e disfunção erétil, entre outros, ampliam o comércio de remédios. Estima-se que o fim das patentes de novas medicações venha a movimentar R$ 2 bilhões. Esse cenário tem trazido também a reorganização da indústria farmacêutica: grandes laboratórios adquirem pequenos produtores de genéricos ou passam a produzi-los em parceria. Assim, a participação das multinacionais no mercado de genéricos no Brasil cresceu quase três vezes nos últimos dois anos, chegando a representar cerca de 40% da receita dos laboratórios, contra pouco mais de 10% em 2008, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). A entrada da francesa Sanofi-Aventis, com a aquisição da Medley em 2009, começou a puxar esse aumento da participação estrangeira. A mais recente movimentação foi em outubro deste ano, com a entrada da americana Pfizer (que comprou 40% do laboratório Teuto e possibilidade de aquisição do controle total futuramente) neste segmento, depois de já ter feito um acordo com a Eurofarma para que o laboratório brasileiro produzisse o genérico do Lípitor, para colesterol. Segundo o presidente da Pró Genéricos, Odnir Finotti, só para tomar como exemplo do potencial de crescimento deste mercado, o remédio para disfunção erétil Viagra, cujo genérico começou a ser comercializado há pouco mais de três cada neste período. Com isso, a Pfizer, produtora do medicamento e detentora de sua patente até o vencimento, passou a contar com cerca de 20% dessas vendas, ante os 100% que detinha. Mais do que isso, o genérico do Viagra pode se tornar o remédio com maior faturamento do segmento no país. O comércio da Sildenafila, princípio ativo do medicamento, movimentou em setembro cerca de US$ 7 milhões. Se essa tendência de crescimento continuar, a estimativa de Finotti é que as vendas alcancem US$ 150 milhões ao final de um ano e superem as do Omeprazol, para gastrite, cuja venda anual soma US$ 120 milhões. O mercado de medicamentos genéricos deve atingir 25% do comércio de remédios no Brasil no próximo ano em volume e 20% em faturamento.