Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Fórum Nacional de Entidades Farmacêuticas tem participação do CRF/MS

Realizado pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia), na semana passada, o Fórum Nacional de Entidades Farmacêuticas contou com a presença do presidente do CRF/MS, Ronaldo Abrão, que foi a Brasília contribuir para as discussões e trazer a Mato Grosso do Sul novidades relacionadas ao setor. O presidente do CFF, Jaldo de Souza Santos, no discurso que proferiu na solenidade abertura, argumentou que o Fórum tem o mérito de congregar, pela primeira vez, as entidades farmacêuticas e autoridades sanitárias para debaterem a profissão, diante do seu surpreendente crescimento. “A profissão cresceu muito – e até de forma desordenada – e trouxe, com esse crescimento, novas nuances, novas realidades. De sorte que é preciso discutir este crescimento e todo este novo momento por que passamos”, conclamou Souza Santos. Souza Santos também salientou a luta do CFF, com vistas a fazer com que os farmacêuticos sejam reconhecidos como profissionais da saúde e inseridos no SUS (Sistema Único de Saúde). Falou, ainda, da RDC 44, da Anvisa, publicada no “Diário Oficial da União”, no próprio dia 18.08, chamando a atenção para o fato de ela ajudar a resgatar o sentido de saúde que deve existir nas farmácias e drogarias, com a oferta de serviços farmacêuticos e com a venda exclusiva de medicamentos e correlatos. Ele concluiu, falando do Fórum: “As melhores cabeças estão, aqui”. UNIÃO – O primeiro a falar foi o conselheiro federal de Farmácia pelo Estado do Pará, Walter da Silva Jorge João, coordenador do Fórum. Ele reforçou o sentido de “união” que está norteando o evento. “Este Fórum propõe, na maior Casa legislativa do País, o Senado, que os farmacêuticos discutam os seus anseios, as suas intenções e as suas ações, por meio de suas entidades representativas. É preciso discutir o alcance social de cada uma dessas entidades. Só assim, saberemos se ela está conseguindo atingir a plenitude desse alcance, ou se tem algum tipo de dificuldade para fazê-lo”, explicou. Para ele, é a sociedade a grande beneficiária das ações das organizações farmacêuticas. Em seguida, foi a vez de o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, pronunciar-se. E começou, elogiando a iniciativa do CFF, de realizar o Fórum. Pediu que este seja apenas o primeiro de vários eventos do gênero. “Aqui, estão os representantes de entidades que trazem o futuro da profissão”, declarou. Dirceu Raposo insistiu em afirmar que a Anvisa, as entidades farmacêuticas e os profissionais trabalham pelo bem-estar do cidadão. “É preciso desmistificar que as entidades sejam corporativistas. Elas atuam em favor dos direitos do cidadão”, reforçou. Salientou, ainda, que o papel do farmacêutico é importante em todas as sociedades. “Basta andar pela Europa para se ver o quanto o farmacêutico é um profissional da saúde popular e imprescindível”, lembrou. Ele falou da RDC 44, editada, no dia, pela Anvisa. “Ela disciplina o comércio de produtos e serviços de saúde, nas farmácias, que são a mãe da atividade farmacêutica. Lamentou que, até aqui, as farmácias e drogarias sejam confundidas com comércio, e os medicamentos, com mercadorias. “As pessoas não cobram os serviços farmacêuticos e não sabem que elas pagam por esses serviços”, acrescentou. Raposo declarou que a RDC 44 trará uma mudança profunda no paradigma farmacêutico. CONTROLE SOCIAL – O presidente do CNS (Conselho Nacional de Saúde), Francisco Batista Júnior, fez um discurso focado no SUS e nos serviços farmacêuticos prestados no Sistema, com ênfase nas questões sociais relacionadas aos mesmos. ”Este é um momento histórico”, disse Batista Júnior, referindo-se ao Fórum. Ele pediu que o CFF leve e evento para os Estados, para descentralizá-lo. Batista Júnior lembrou que o SUS é uma referência de sistema público de saúde para o mundo inteiro. “Vários países estão de olho no SUS”, declarou. Acrescentou que o Sistema conseguiu avanços inimagináveis, mas vive travando um embate permanente com o interesse econômico, porque o SUS oferece serviços e produtos de acesso universal, é anti-hegemônico e foca as suas ações na prevenção das doenças. “A opção pela cura das doenças é um mecanismo de enriquecimento”, declarou. Pediu que a sociedade envolva-se com as lutas em defesa do SUS. Para tanto, é preciso que fazer funcionar os Conselhos Municipais de Saúde. “O farmacêutico deve buscar os Conselhos Municipais, com vistas a ocupar vagas nesses órgãos, pois, assim, irá qualificá-los”, pediu. Segundo ele, não adianta apenas ficar partindo para o enfrentamento com o interesse. “A sociedade, em sua maioria, não sabe que, no SUS, há espaço para a democracia participativa, e muitos gestores continuam não achando que o farmacêutico seja importante na saúde pública, o que é uma grande ignorância. Mas temos, todos juntos, que alterar esse estado de coisas”, concluiu. O senador Marconi Perillo (PSDB/GO) e vice-presidente do Senado, compareceu ao Fórum para reforçar o pedido de união entre as entidades farmacêuticas. “Venho, aqui, com prazer, recepcioná-los em nome da presidência da Casa. Creio que não há outra forma de promover o acesso ao medicamento por toda população, sem que as entidades que representam a Farmácia unam-se e compartilhem de decisões que dão norte para que os serviços farmacêuticos sejam praticados”, ponderou.