Genérico está mais caro do que marca de referência
Preços de alguns medicamentos contrariam Cmed
Medicamento genérico é sinônimo de economia. Isso porque, há 10 anos, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) estabeleceu a seguinte norma: estes produtos devem ser, pelo menos, 35% mais baratos do que o produto de referência. Mas, isso não tem acontecido sempre. Uma pesquisa realizada pelo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) aponta que os preços de alguns medicamentos genéricos contrariam a determinação do Cmed.
O Idec identificou pelo menos quatro preços de genéricos acima do valor da marca de referência: um no custo médio no ponto de venda e três na tabela da própria Cmed. Ainda segundo o Idec, essa situação indica que não se trata de variação de mercado, mas de preço regulado (tabelado). Os genéricos, cujos preços estão acima do permitido, segundo o órgão, são: Omeprazol, Azitromicina e Cloridrato de Sertralina.
No caso do Omeprazol, prescrito para problemas estomacais, segundo o levantamento do Idec, na tabela da Cmed, o genérico do laboratório EMS, com dosagem de 20 miligramas, com 28 cápsulas, é vendido por R$ 66,40. Já o remédio referência, o Peprazol, da fabricante Libbs, tem o teto estipulado em R$ 64,57.
Resposta
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o genérico Azitromicina teve o preço reduzido a pedido da respectiva detentora do registro, em caráter definitivo, o que casou a diferença vista pelo Idec. Já o Omeprazol (Peprazol), conforme o órgão, é o remédio Losec Mups, e não o Peprazol, como diz a pesquisa.
Com relação ao Cloridrato de Sertralina, a diferença de preços já foi detectada e é investigada pela Cmed. Se constatada a irregularidade, esta poderá acarretar multa de até R$ 3,2 milhões. Ainda sobre o estudo, a Anvisa diz que, na maioria dos casos apontados, há uma falsa impressão de descumprimento das normas regulatórias. E os preços praticados, em geral, estão de acordo com o valor aprovado pela Cmed, garante o órgão.