Infecção por estafilococos aumenta mortalidade em crianças com H1N1
As crianças infectadas pelo vírus H1N1, que causou uma pandemia de gripe em 2009, sofrem um risco de mortalidade multiplicado por oito se já estiverem contaminadas por bactérias staphylococcus aureus resistentes à metilicina (SARM), um tipo de antibiótico, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (7) no Journal of Pediatrics.
Durante a pandemia, um grande número de crianças que anteriormente se encontravam em bom estado de saúde desenvolveu uma pneumonia grave e sofreu deficiências respiratórias, revelaram os autores da pesquisa. O trabalho mostra que uma coinfecção com SARM é um fator determinante para aumentar o risco de mortalidade entre crianças com gripe.
Os pesquisadores detectaram que quase todos os menores coinfectados vistos também foram rapidamente tratados com vancomicina, considerada o antibiótico perfeito contra o SARM. O fato de que vários desssas crianças morreram, apesar do tratamento, é particularmente inquietante, diante do crescimento das taxas de infecção entre os pequenos, em comparação com a população geral.
Os médicos manifestaram a esperança de que esses resultados incentivem a vacinação contra a gripe para todos os menores de 6 meses a 6 anos ou mais. Ainda não existe uma vacina antigripal para bebês abaixo de 6 meses, ressaltaram.
A idade média das crianças com H1N1 gravemente doentes era de 6 anos. A maior parte sofria de dificuldades respiratórias, e dois terços delas precisaram respirar por aparelhos.
A doença desses pacientes teve uma rápida evolução, e 75 (9%) morreram, dois terços deles nas duas semanas após a entrada no hospital.
Embora a maioria das crianças gravemente doentes já sofresse de um ou vários problemas de saúde crônicos (como asma ou debilidade do sistema imunológico), o que aumenta o risco, 251 dos analisados (30% do total) estavam em perfeito estado de saúde, indicaram os pesquisadores.