Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Injeções mal aplicadas podem deixar pacientes paraplégicos. Saiba porque

O fechamento de uma farmácia na última quarta-feira(5), em Campo Grande, onde o dono do estabelecimento estaria aplicando injeções sem ter um curso especializado chamou a atenção para um perigo à saúde da população e deixou um pergunta no ar. Quem pode e quem não pode aplicar uma injeção? O risco de uma má aplicação pode levar a morte ou deixar a pessoa paraplégica. Depois de levar um susto com um medicamento mal aplicado na infância, Mariana Pinato, se tornou uma farmacêutica dedicada. A injeção de antibiótico aos dois anos de idade, era para curar uma inflamação na garganta, mas causou a perda nos movimentos de uma das pernas. A agulha passou de raspão no principal nervo dos membros inferiores, chamado de ciático. Um erro de quem aplicou o remédio e que só foi reparado com tratamento. No meu caso, eu tive a oportunidade de fazer um bom tratamento, tanto clínico como de fisioterapia e aí o nervo que havia atrofiado voltou ao normal e eu não tive conseqüências maiores. Na época eu fiquei praticamente um ano sem os movimentos da perna. Hoje, minha perna é normal, mas existem pessoas que não chegam a perdem os movimentos de vez, contou a jovem. O presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF), Ronaldo Abrão, lembra que uma injeção aplicada de maneira errada pode ter conseqüências ainda piores. A qualificação necessária para aplicação dá ao profissional a noção exata de quais são os locais apropriados para as aplicações; a diferença entre a injeção intramuscular e endovenosa (com aplicação na veia) para que não seja aplicada em local errado. Mesmo assim, aplicando no músculo, se for nas nádegas, por exemplo, há o risco de que esta agulha acerte o nervo ciático, provocando seqüelas durante toda a vida do paciente que foi lesado, explica Ronaldo. Qualquer pessoa que tenha feito um curso para aplicar injeções pode atuar no mercado de trabalho, inclusive dentro de farmácias. Neste caso, é necessário ter a supervisão de um farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Quem não respeita a lei corre o risco de ser punido. Nesta quarta-feira (5) uma farmácia da Capital foi fechada por policiais da delegacia do consumidor e da Vigilância Sanitária. O dono, Joaquim Jorge de Alencar, de 49 anos, estaria aplicando injeções sem autorização e não havia um farmacêutico responsável no momento da vistoria. Para evitar ser atendido por pessoas sem qualificação, a dica é sempre perguntar. Ao entrar em um estabelecimento farmacêutico, que não é uma clínica especializada, por exemplo, a pessoa deve se certificar de que está em um estabelecimento que cumpre a legislação, e portanto, mantém um farmacêutico habilitado por todo o horário de funcionamento. é preciso saber ainda se é o profissional que está aplicando a injeção, no caso de não ser o farmacêutico, possui um curso para este procedimento. E, mesmo tendo curso, é necessária a supervisão de um farmacêutico responsável, alertou ainda, o presidente do conselho, Ronaldo Abrão. Para evitar correr riscos é bom seguir a orientação do CRF. Antes de tomar uma injeção, se informe se a farmácia tem um farmacêutico ou uma pessoa com curso prático de aplicação.