Medicamentos proibidos são encontrados em terreno em Ponta Porã
Medicamentos de um laboratório paraguaio, que tem a venda proibida no Brasil, foram encontrados jogados num terreno baldio em Ponta Porã, na última semana. Autoridades de Pedro Juan Caballero já anunciaram que vão pedir amostras dos produtos para a Vigilância Sanitária, do Barsil, para descobrir como o material foi parar do outro lado da fronteira.
São cerca de 300 frascos de Lidocaína. O anestésico é de fabricação paraguaia e está vencido desde abril de 2008. Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária, Marina Derzi, até o órgão tomar conhecimento desse problema, não se sabe quantas pessoas tiveram acesso ao medicamento.
“Tivemos informações de que viram crianças brincando com esses produtos no terreno, então não sabemos se eles levaram para casa ou não”, declarou.
Além do medicamento estar fora da data de validade a preocupação aumenta ainda mais com a procedência estrangeira, já que o anestésico não passou pela fiscalização da Anvisa e não tem registro no Brasil. No país, a Lidocaína é uma substância que só pode ser manipulada em consultórios dentários e hospitais, por profissionais habilitados e não é autorizada a venda em farmácias.
“Se por acaso alguém ingerir esse medicamento, a Lidocaína, dependendo da quantidade que for ingerida as reações vão desde intoxicação leve, choque anafilático, parada cardio-respiratória , convulsão, em alguns casos depende da quantidade pode levar até a óbito. As reações desse medicamento, se for administrado na veia, pele ou músculo são mais fortes que as reações se for ingerido”, afirmou Patrick Derzi, clínico geral.
No lote jogado fora, a Lidocaína foi encontrada em duas composições diferentes, uma delas é a Epinefrina, um estimulante cardíaco. Os medicamentos foram encontrados em um terreno no Centro da cidade, enquanto um agente de endemias da secretaria municipal de saúde fazia o trabalho de combate da dengue. O município não tem idéia de quanto tempo os anestésicos estavam jogados no local.
Em Pedro Juan Caballero, a direção do Hospital Regional, responsável pelo Departamento Sanitário, ainda não tem conhecimento dos anestésicos encontrados em Ponta Porã. A diretora, Dora Vilalba, não quis dar entrevista, mas disse que vai procurar as autoridades sanitárias do Brasil, para pedir amostras dos medicamentos.