Palestra sobre logística, distribuição e transporte de medicamentos reúne farmacêuticos e acadêmicos
Palestra foi ministrada na última quinta-feira (03), durante o Circuito de Palestras do CRF/MS
A palestra “Logística da distribuição e transporte de medicamentos no Brasil: atribuições do farmacêutico durante o transporte e distribuição de medicamentos”, ministrada na última quinta-feira (03), durante o circuito de palestras do CRF/MS, pelo Dr. Clayton Gerber Mangini, Docente do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Logística Farmacêutica da Universidade de Santo Amaro, reuniu farmacêuticos e acadêmicos no auditório do CRF/MS.
O palestrante falou sobre Comércio Exterior, Modais de Transporte, Armazenagem e Distribuição e Cadeias do Frio. Em princípio, o Dr. Clayton explicou a missão da logística, que é de disponibilizar o produto certo na quantidade certa, no lugar certo e no tempo certo, com o mínimo de custo.
Clayton ainda destacou como ponto crítico e o maior problema enfrentado pelo transporte de medicamentos, o roubo de cargas. Só em 2010, o crime totalizou um prejuízo de R$ 295 milhões em todo o país. A região Centro-Oeste corresponde a 2,19% das ocorrências, enquanto o Sudeste lidera com 79,9% dos casos.
Ainda segundo Clayton Mangini, o produto farmacêutico é o quarto mais visado pelos ladrões de cargas, ficando atrás dos produtos alimentícios, cigarros e eletroeletrônicos. Dado resultante da forma de transporte utilizada no Brasil, 62% dos medicamentos chegam ao seu destino pelas rodovias.
Durante a palestra, Mangini apresentou aos participantes instrumentos utilizados no transporte para manter ou aferir a temperatura da mercadoria. Entre eles um poliestireno/poliuretano, popularmente conhecido como isopor, que segura com qualidade a carga transportada por até 104 horas.
Para a acadêmica Priscila Carolina de Souza, a participação é importante pelo conhecimento em logística. “Não tem na faculdade, desse jeito aprendemos como é a atuação e o papel do farmacêutico”, comenta.
O que chamou a atenção dos profissionais foi quanto às legislações específicas sobre logística e distribuição, quase inexistentes em Mato Grosso do Sul. “Estou como responsável técnica pela primeira distribuidora de medicamentos oncológicos no Estado e a gente não conseguiu abrir ainda. O maior problema é que não tem nada definido, legislação municipal ou estadual. Até mesmo a própria Vigilância não sabe o que fazer”, ressalta.
Sobre o questionamento, o palestrante comenta que o assunto já é discutido em São Paulo há mais de 10 anos e que para Mato Grosso do Sul é necessário que se abra a discussão. “O motivo principal da palestra é este, que os profissionais se reúnam e troquem experiências. O Código Sanitário está em discussão, é preciso que entre algo na área”, avalia.