Conquistar espaço no mercado de trabalho é uma tarefa que desafia profissionais de todas as áreas. As universidades formam todos os anos centenas de estudantes, o que torna a competição cada vez mais acirrada. Neste contexto, a qualificação profissional pode ser uma forma de garantir a tão sonhada colocação no mercado. Para alguns farmacêuticos, a capacitação promoveu mais que isso: transformou-os em empresários. Pelo menos cinco profissionais montaram laboratórios após terem feito cursos de pós-graduação promovidos pelo CRF/MS. Desde 2001, o CRF/MS realiza cursos de pós-graduação em Citologia Clínica, Manipulação de Medicamentos, Análises Clínicas e Farmácia Hospitalar. Cinco turmas formaram-se de 2001 a 2005, além das seis que estão em andamento. Em 2006, o Conselho retomou a abertura de cursos, um anseio da categoria e uma proposta de campanha da atual diretoria. Ao todo, 152 farmacêuticos concluíram os cursos e outros 100 deverão se formar até o término dos cursos já iniciados. Flávia Vecchi Laghi, 36 anos, é empresária desde setembro do ano passado, quando decidiu ter o próprio laboratório. Ela revela que não imaginava a mudança tão rápida. “Eu até pensava em ser dona de um laboratório, mas do laboratório do meu pai (Piero Laghi), quando eu tivesse que dar continuidade ao trabalho dele”, revela Flávia. A empresária conta que o interesse pelo curso de Citologia surgiu quando o CRF/MS abriu a segunda turma de especialização. O apoio do pai foi fundamental para a decisão. “Era um ramo que não me atraía na faculdade, mas hoje penso diferente, temos que nos aperfeiçoar profissionalmente para ganharmos mais experiência no mercado. A hora que o Conselho abriu o curso eu comentei com meu pai e ele disse: Faça que é muito interessante. Me apaixonei pelo curso”, completa. Para Flávia, a iniciativa do CRF/MS de investir em educação beneficia aos profissionais. Ela lembra da época em que fez o curso, quando as aulas práticas eram ministradas na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Com objetivo de proporcionar mais comodidade aos alunos e, conseqüentemente melhor aprendizado, o CRF/MS construiu um prédio destinado à educação continuada. A unidade anexa à sede da entidade foi inaugurada em abril deste ano. “É uma evolução passar para o prédio. O CRF fez bem em investir nisso, em cursos”, reforça. Já a história da empresária Denise Xavier Mariano foi um pouco diferente. Em 1999 fez a primeira especialização em Citologia, pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). No ano seguinte ela abriu um laboratório em Três Lagoas. Em 2003, decidiu fazer a segunda pós-graduação pelo CRF/MS, para reciclar os conhecimentos. “Sempre acrescenta muito na vida de um profissional, muda horizontes, abrem-se mais oportunidades, passando mais segurança não só ao profissional, mas também às pessoas que procuram um trabalho com qualidade e confiança. Eu decidi me qualificar por isso, talvez por ser uma área nova para o bioquímico, com um campo de trabalho muito grande e com boa demanda, mas também não imaginava que seria tão difícil enfrentar preconceitos de outros profissionais que labutam na área. Apesar disto, estamos trabalhando bastante, com todo o apoio do CRF”, declara Denise. A empresária afirma que a postura do CRF, de investir em educação para o profissional, é “acertadíssima”. “Temos que estar sempre nos atualizando. Ás vezes um curso, um congresso ou uma especialização ficam tão longes e tão caros que nada melhor do que ter no seu próprio Estado, ou melhor, no seu próprio Conselho”, conclui Denise.