Presidente do CFF pediu que os farmacêuticos exerçam suas novas atribuições, sem temor e dúvidas
"Conquistas estão mudando a face da profissão farmacêutica", diz Presidente do CFF
Segundo ele, atos, como a prescrição farmacêutica, que tem por sustentação a farmácia clínica e que foi autorizada pelo CFF, por meio da Resolução 586, de 29 de agosto de 2013, é um avanço que marcará, para sempre, a história da profissão, no Brasil. Mas, além de representar um marco histórico, a prescrição precisa ser praticada, sem receio por parte dos farmacêuticos, porque ela é importante tanto para a saúde pública, como para o mercado e para os próprios farmacêuticos, conclamou o Presidente do Conselho.
A prescrição e as atribuições clínicas foram regulamentadas pelo CFF, no mesmo dia. Ambas, que têm por matriz a farmácia clínica, causarão impactos positivos na saúde da população e nos cofres dos sistemas público e privado de saúde. Dr. Walter Jorge lembrou que as atribuições clínicas constituem um elenco de ações profissionais que podem ser exercidas, em todos os lugares e níveis de atenção e em serviços públicos e privados.
O impacto adquire um relevo especial, segundo ele observou, se forem consideradas as dificuldades de acesso da população brasileira aos serviços de saúde, os problemas de financiamento do setor, a carência de informações dos pacientes em saúde, em geral, e em medicamentos, em particular; e o uso irracional e incorreto desses produtos. “A prescrição leva ao uso racional, reduz as interações medicamentosas, garante a adesão ao tratamento e diminui as internações hospitalares evitáveis, entre outros benefícios para o paciente”, acrescentou.
Dr. Walter Jorge reforçou que a prescrição e as atribuições clínicas devem ser abraçadas inteiramente pelos farmacêuticos, sem o temor de desobedecer a legislação. Disse que, pelo contrário, os profissionais têm o dever legal de prestar cuidados, a partir da edição da Lei 13.021/14, que transforma as farmácias e drogarias em unidades de prestação de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, e assegura a atuação do farmacêutico, nesses estabelecimentos. “Este conjunto normativo está implodindo o modelo arcaico e pernicioso de farmácia comunitária e mudando a face da profissão farmacêutica”, comemorou.
“As atribuições clínicas, a prescrição e o que determina a Lei 13.021/14 representam o encontro do farmacêutico com a sua própria existência de prestador de cuidados diretamente ao paciente”, explicou Walter Jorge. Fez questão de salientar que a prescrição reforça a autoridade técnica do farmacêutico, contribui para fortalecer a promoção da saúde e a prevenção de doenças e responde à demanda crescente do mercado.
Walter Jorge, em seu discurso, falou, ainda, da diversificação na profissão e atribuiu ao fenômeno diferentes origens, como as novas necessidades de saúde da população, a expansão e o reconhecimento do mercado ao farmacêutico e as inquietações dos profissionais.
O número de ocupações assumidas pelos farmacêuticos saltou de dois para oito, e o de atividades, de 19 para 117, de 2002 para cá, conforme a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), do Ministério do Trabalho. “Isto é um indicador de que a sociedade, o Governo e o mercado respeitam e confiam no farmacêutico e abrem-lhe novas portas”, interpretou o dirigente do Conselho. Uma das novas ocupações que mais tem crescido, em todas as regiões, é a saúde estética.
Mas as conquistas não devem levar os farmacêuticos a baixarem as bandeiras de luta, alertou Walter Jorge. Disse que há muito, ainda, a fazer. Citou que, entre as prioridades do CFF, está a oferta de cursos de educação continuada nas diversas áreas profissionais, tanto na forma presencial, como na de ensino à distância. Alguns cursos já estão em andamento, como os de farmácia hospitalar e gestão farmacêutica.
Disse que o sentido da cerimônia comemorativa de hoje à noite é homenagear os profissionais, quer eles estejam, nos grandes centros, desenvolvendo funções de grande projeção ou não, como nos interiores, realizando um trabalho anônimo à frente de suas pequenas farmácias ou laboratórios de análises clínicas, mas de igual importância social e sanitária.
“Eu gostaria de insistir na necessidade de nos mantermos unidos. Graças à união, chegamos onde estamos. E andamos muito. Por isto, podemos dizer, com a força do nosso coração farmacêutico: viva a Farmácia”, comemorou o Presidente.