Queda de patentes deve elevar o mercado de medicamentos genéricos
A indústria de genéricos vai ganhar novo e decisivo ímpeto no Brasil. Isso porque estão para vencer, até 2011, 23 patentes no país - dez delas de medicamentos líderes de vendas como o Viagra e Lípitor. É quase a metade de todo o setor de genéricos - número que ajuda a dimensionar o impulso que a queda dessas patentes dará a esse mercado.
Atualmente, os genéricos representam 18% dos medicamentos consumidos no país. Com as novas patentes vencidas, deverão se aproximar dos 30%, segundo projeções da indústria. Elas levam em conta que sempre que uma dessas cópias chega às farmácias tende a vender o dobro ou até o triplo do remédio original. Um levantamento da Anvisa mostra que 35% dos medicamentos com patentes por vencer já têm um correspondente genérico desenvolvido e aguardam apenas a aprovação para ser produzidos industrialmente.
As empresas nacionais dominam o mercado local com ampla vantagem. Juntas, elas detêm 85% das vendas (os outros 15% se dividem, basicamente, entre a suíça Novartis e uma dezena de companhias indianas). Depois da EMS, aparecem no ranking nacional Medley, Aché e Eurofarma. Todas têm investido em fábricas mais avançadas com o objetivo de ganhar produtividade e conseguir cobrar preços mais baixos dos consumidores.
Para os grandes laboratórios internacionais, aqueles que detêm as patentes, o momento é obviamente delicado. Eles sabem que os genéricos vão devorar seus lucros. Só no primeiro ano após a queda da patente, a perda média de faturamento com o medicamento original costuma ser de 40%. Nesse contexto, é compreensível que as donas das patentes se desdobrem para estender ao máximo o prazo de validade de seu monopólio.