O acordo de cooperação técnico-científico entre o Hospital Santa Casa de Campo Grande e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/MS) tem o intuito de tornar o hospital um centro de pesquisa clínica para fomentar a pesquisa de novas tecnologias e ter um rápido acesso a novos medicamentos. O projeto da Fiocruz/MS obejtiva descentralizar as atividades de ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, ensino e inovação em saúde.

O objetivo é que, a partir de fevereiro de 2019, tenha início a estruturação do Centro de Pesquisa com a criação de um Comitê de Ética em Pesquisa Clínica em Seres Humanos e trabalhos de formação da equipe de saúde da Santa Casa interessada em participar de pesquisas clínicas. A iniciativa surgiu da Comissão de Incentivo a Pesquisa Clínica criada pelo Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF-MS).

Segundo a coordenadora de planejamento da Fiocruz-MS, Maria Tereza Cunha o acordo de cooperação-técnica é de ajuda mútua e sem transferências de recursos. "A maioria dos acordos da instituição envolvem projetos de pesquisa na área de educação. No caso da Santa Casa, o acordo é entre a Fiocruz/MS, a Santa Casa de Misericórdia e o Conselho Regional de Farmácia".

A farmacêutica bioquímica e pesquisadora em saúde pública da Fiocruz-MS, Ana Tereza Guerrero destaca que o propósito do acordo é a cooperação técnica e científica com o corpo clínico e pesquisadores da Santa Casa. “A área de pesquisa clínica é uma área bastante regulamentada e regularizada e que tem vários treinamentos que precisam ser realizados, principalmente na área de boas práticas clínicas devido à exigência dos padrões de qualidade dos projetos a serem executados, são projetos que estão em parceria com indústrias farmacêuticas, grupos de pesquisa de outras partes do mundo, então temos que ter um robusto controle de qualidade de todos os processos realizados ao longo dos projetos de pesquisa clínica”.

O diretor do CRF-MS, Flávio Shinzato considera importante que o estado tenha um centro de pesquisa e afirma que o CRF-MS contribuirá para a implementação desta estrutura científica. “No início do ano passado nós vimos que o Conselho poderia contribuir muito em alguns aspectos em termos de pesquisa e com isso nós montamos uma comissão estratégica que é a Comissão de Incentivo à Pesquisa Clínica. É uma composição mista onde nós temos temos farmacêuticos, médicos, veterinários e enfermeiros que trabalham em conjunto para entender o que é esse tema pesquisa clínica e de que forma nós como profissionais podemos contribuir e como autarquia favorecer isso”.

Shinzato ressalta que, no cenário regional, a pesquisa clínica acontece de maneira isolada. “Hoje tem pesquisa clínica acontecendo no nosso estado, em Campo Grande, mas de formas isoladas, ligadas a centros de pesquisas maiores que seriam Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro e assim por diante. E a gente viu nas reuniões que nós poderíamos ter um pólo montado aqui em Campo Grande para abastecer Mato Grosso do Sul”.