Tensão provocada pelo estresse agrava quadros de psoríase
A psoríase é uma doença de pele que atinge cerca de 3% da população mundial. Embora ela não seja contagiosa, o mal, que aparece sob manchas por todo o corpo, incômodo e coceira, pode abalar a vida de quem tem de conviver com ela. Instável, ela atinge em cheio a autoestima dos seus portadores e conta com um agravante cíclico: o estresse. Há anos a comunidade médica mundial estuda a relação entre os dois.
A manifestação física pode ser agravada pelo estresse assim como o seu surgimento pode ser desencadeado por ele. Os fatores emocionais atuam fortemente em quem já têm uma predisposição genética para a doença. No Brasil, cerca de 4 milhões de indivíduos lutam para minimizar os danos provocados por ela.
Sem distinguir sexo, a psoríase atinge, principalmente, pessoas entre os 20 e 40 anos de idade. O histórico familiar também conta. A genética dá uma força para o seu aparecimento em 30% dos casos diagnosticados. Basicamente, ela se manifesta por meio de lesões que fazem a pele descamar e formar uma espécie de relevo avermelhado. As áreas de atrito, como cotovelos e joelhos, são foco do problema. Mas ele também afeta o couro cabeludo, as palmas e as plantas de mãos e pés, unhas e costas.
Atuação do estresse na psoríase
O estado emocional de uma pessoa que possui psoríase é determinante em seu controle. Em períodos de maior estresse a intensidade da doença aumenta, provocando coceiras. Drogas, infecções e alterações hormonais também podem desencadear a formação das escamas. De acordo com o Consenso Brasileiro de Psoríase, os portadores necessitam de apoio psicológico para lidar com os sentimentos que ela provoca, além do tratamento dermatológico.
Por se tratar de uma doença de pele, em que as manchas avermelhadas ficam normalmente visíveis, o preconceito e o medo de sofrer discriminação são latentes. Segundo o dermatologista Paulo Sérgio Coelho, por afetar diretamente a estética dos pacientes, é comum que ela desperte frustrações que podem levar à depressão. "A autoestima diminui de acordo com o aparecimento das feridas, provocando o medo de ser excluído pela sociedade", explica.
Dagnóstico e tratamento
Para diagnosticar a psoríase é feita uma biópsia da pele. A origem da doença normalmente é genética, por isso a investigação do histórico familiar conta bastante, explica Paulo Sérgio. Ainda sem cura e com a possibilidade de criar deformidades nas articulações, a psoríase deve ser tratada com acompanhamento médico.
O seu tratamento inclui medicamentos tópicos, como os cremes à base de cortisona que ajudam no combate das manchas, mas há outros métodos indicados, como os banhos de luz ultravioleta ou de sol. Remédios imunossupressores e derivados da vitamina A, conhecidos como retinoides também controlam o problema.
Por sofrer influência de fatores emocionais, o combate ao estresse também é recomendado, seja ele feito com terapia ou técnicas que aliviam sintomas de ansiedade e contribuem para uma qualidade de vida melhor.