Usar remédio contra diabetes para emagrecer tem alto risco, alerta Anvisa
Em nota emitida na quinta-feira (8), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirma que o medicamento Victoza
não é indicado para emagrecimento e que seu uso para
qualquer outra finalidade que não seja como antidiabético caracteriza elevado risco para a saúde.
Lançado em 2009 na Europa, a liraglutida (substância contida no Victoza) tem sido prescrita por endocrinologistas nos últimos meses no Brasil para pessoas que querem perder peso, mas não são necessariamente portadores de diabetes tipo 2.
Mas, segundo a nota da agência, assinada por seu presidente, Dirceu Barbano, não existem estudos que
comprovem qualquer grau de eficácia para
redução de peso e tratamento de obesidade.
Além disso, os efeitos colaterais do medicamento injetável ainda não são completamente conhecidos.
Este produto é um medicamento novo e, embora pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos, diz a própria bula do produto, citada no texto.
Alguns dos possíveis
eventos adversos criados pelo uso do Victoza são hipoglicemia, dores de cabeça, náusea e diarreia, diz a nota, motivada por uma reportagem publicada na última edição da revista
Veja.
Além destes eventos destacam-se outros riscos: pancreatite [inflamação do pâncreas], desidratação e alteração da função renal e distúrbios da [glândula] tireoide, como nódulos e casos de urticária.
Há ainda um outro estudo, não finalizado, para
confirmação da segurança cardiovascular da liraglutida. A Novo Nordisk, empresa que produz o Victoza, também incluiu, em junho, a
alteração da função renal como um potencial efeito adverso do medicamento.
Outro provável problema se refere à resposta do sistema imunológico à liraglutida –ela causa o risco de alergia, anafilaxia e
efeitos inesperados mais graves.
Confira os esclarecimentos da Agência na íntegra
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