Vacina contra hepatite E
Estudo da Universidade de Xiamen, na China, revela uma nova vacina para combater o vírus da hepatite E.
O levantamento testou a eficácia da vacina HEV 239 em mais de 11 mil adultos de ambos os sexos, na província chinesa de Jiangsu. Após a terceira dose, a prevenção chegou ao patamar de 100%.
O estudo, porém, ainda está em fase de experimentação e não chegou a ser testado em gestantes e maiores de 65 anos, grupos em que a fatalidade da doença é maior.
Na China, a hepatite E é endêmica. A descoberta foi anunciada ontem (23) no periódico médico Lancet.
No Brasil
Como publicado no Blog da Saúde, o primeiro caso de hepatite E detectado no Brasil foi confirmado este mês pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os exames para diagnosticar o vírus estão sendo reformulados.
O presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, não descarta a possibilidade de existirem mais pessoas infectadas no País. Segundo ele, o Brasil não tem boas condições de saneamento básico e, com as pessoas viajando o tempo todo, existe a possibilidade de alguém trazer o vírus de fora.
Já o professor de imunologia clínica e alergia da Faculdade de Medicina da USP, Esper Kallás, destaca que a doença é rara aqui, e essa não seria uma vacina primordial se comparada à vacina que previne a meningite conjugada do tipo C.
Hepatite E
A hepatite E é transmitida por via fecal-oral. Em geral, acomete habitantes de regiões com condições precárias de saneamento básico. A transmissão ocorre por meio da ingestão de água e alimentos contaminados por fezes ou pelo consumo de carne mal cozida.
Os principais sintomas são: icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), perda de apetite, dor abdominal, urina escura, fadiga, náusea, vômito e febre.
Ao ingerir a água contaminada pelo vírus, a pessoa pode desenvolver a inflamação no fígado que, eventualmente, leva à morte.
A incubação do vírus pode durar de 15 a 60 dias, mas a média é de 40 dias. Normalmente, a doença é autoeliminada, ou seja, acaba controlada pelo organismo em dois ou três meses e não evolui de formas crônicas que podem causar câncer ou cirrose.
Não há tratamento específico para a hepatite E, apenas para o controle de seus sintomas.