Vacinas contra HPV ajudam no combate ao câncer de colo de útero
Estudos no mundo todo comprovam que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas em algum momento de suas vidas por um ou mais tipos de HPV (Papiloma Vírus Humano), vírus responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero. Com mais de 80 tipos, o vírus é adquirido através de contato sexual. Enquanto alguns vírus do HPV causam apenas verrugas nos órgãos genitais, outros ocasionam lesões que, se não tratadas, evoluem para câncer de colo do útero. No Brasil, cerca de 7 mil mulheres morrem anualmente vítimas da doença.
A ineficiência dos preservativos no combate a este vírus é um dos fatores que ajuda a elevar o número de mulheres infectadas. O HPV pode ser contraído mesmo que o parceiro use camisinha ou que não haja penetração. Com essas características, o HPV é considerado uma das principais preocupações relacionadas à saúde da mulher. Há ainda fatores que aumentam o potencial de desenvolvimento deste câncer em mulheres infectadas: número elevado de gestações, uso de pílula anticoncepcional, tabagismo, pacientes transplantadas, infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas.
"É importante que fique claro uma coisa: das mulheres infectadas com o vírus do HPV, apenas 2% desenvolverão o câncer de colo. Então, os anticoncepcionais e a gravidez são fatores de risco para quem já tem HPV, mas não necessariamente causal. Não se pode dizer que se a mulher tomar anticoncepcional e tiver o vírus, ela vá desenvolver o câncer. Há possibilidade tanto para sim quanto para não", alerta a diretora-geral da Vaccini e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Isabela Ballalai.
Imunização - Fabricada pelo Laboratório Merck Sharp & Dhome, a Vacina Gardasil protege contra quatro tipos do vírus - o 6, 11, 16 e 18 -, que são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo de útero e por 90% das verrugas genitais, e é indicada para mulheres entre 9 e 26 anos de idade. A Vacina Cervarix, fabricada pelo laboratório GSK, protege contra os vírus 16 e 18. Ambos os fabricantes apresentam pesquisas suficientes que mostram uma proteção duradoura nas mulheres vacinadas contra o risco de câncer de colo do útero.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o Maranhão tem uma taxa estimada de 19,67 casos do câncer para cada 100 mil mulheres e com a chegada da Vaccini, clínica especializada em vacinação inaugurada recentemente em São Luís , a expectativa é que este número diminua, já que a rede pública de saúde não disponibiliza as vacinas anti-HPV e para se prevenir, a mulher necessita recorrer à rede privada.
É fundamental deixar claro que a melhor forma de combater o HPV ainda é por meio da prevenção. A adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame Papanicolau (preventivo). "Há duas formas de prevenção: uma mais eficaz, que é a vacinação, que previne a mulher de se infectar; e outra mais secundária que é o exame do Papanicolau, que deve ser feito anualmente ou de seis em seis meses, e na verdade é um acompanhamento para saber se não há a lesão. Mas o ideal é que a mulher tome a vacina e continue fazendo os exames", destaca Isabella Ballalai.