O diretor-Secretário do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul e membro da Mesa Diretora do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Jardim, Claudemyr Soares, juntamente com a coordenadora da Mesa Diretora do CMS de Jardim, Ada Maria, e os conselheiros municipais Keli e Dr. Gustavo, realizaram no dia 12 de novembro, uma visita à Ponte da Rota Bioceânica, que conecta Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai.

A ponte é um dos marcos mais importantes para a Rota Bioceânica, um projeto de infraestrutura rodoviária que visa ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, passando pelo Chile. O objetivo da visita foi acompanhar o andamento das obras, que já estão 62% concluídas, e discutir os impactos e desafios desse grande projeto, principalmente nas áreas de saúde pública e no mercado farmacêutico.

A Importância da Ponte para a Rota Bioceânica

A ponte é uma das estruturas fundamentais para viabilizar a Rota Bioceânica rodoviária, uma megaestrada que promete transformar a logística de exportação do Brasil. De acordo com o balanço do Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC), a ponte tem 1.294 metros de extensão, divididos em três trechos: dois viadutos de acesso, um em cada lado, e um trecho estaiado de 632 metros sobre o rio Paraguai, com um vão central de 350 metros. A obra está sendo executada por um consórcio binacional, com um investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu.

Benefícios Econômicos e Logísticos

A Rota Bioceânica, segundo estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia. Isso representa uma redução significativa no tempo de transporte, podendo, por exemplo, diminuir em 23% o tempo de viagem para a China, ou cerca de 12 dias a menos.

Essa redução no tempo de transporte será um impulso para a economia regional e para o comércio entre Brasil, Paraguai e Chile, promovendo uma integração econômica sem precedentes. A expectativa é que a Rota Bioceânica também impulsione setores como a indústria e o turismo, criando novas oportunidades de negócios na região.

Desafios na Saúde Pública

No entanto, com o aumento da movimentação de pessoas e mercadorias, surgem desafios em áreas como saúde pública. O aumento no tráfego internacional pode resultar em riscos relacionados à circulação de doenças, além de um aumento na demanda por medicamentos e produtos farmacêuticos. Durante a visita, os Conselheiros Municipais de Saúde, Claudemyr Soares, Ada Maria, Keli e Dr. Gustavo expressaram a preocupação de que o crescimento populacional e o aumento do comércio possam sobrecarregar os serviços de saúde da região.

Os conselheiros estão dispostos a colaborar com as instituições responsáveis e com os profissionais de saúde para garantir que a infraestrutura de saúde pública acompanhe esse crescimento, minimizando os riscos e promovendo ações preventivas.

Impactos no Mercado Farmacêutico

A Rota Bioceânica também terá um impacto direto no mercado farmacêutico. O aumento do comércio e da movimentação internacional de pessoas exigirá uma maior oferta de medicamentos e insumos. Além disso, haverá a necessidade de garantir uma distribuição eficiente desses produtos, acompanhando o crescimento da demanda. O setor farmacêutico precisará se preparar para atender a essa nova realidade, assegurando que os produtos que circulam na região atendam aos padrões de qualidade e segurança.

A ponte é um projeto estratégico que não só promoverá a integração econômica entre Brasil, Paraguai e Chile, mas também trará desafios, especialmente nas áreas de saúde pública e logística. A colaboração entre as autoridades locais, profissionais de saúde e setor privado será essencial para garantir que a Rota Bioceânica seja um sucesso, beneficiando a região e promovendo o desenvolvimento sustentável. Com a previsão de conclusão das obras para dezembro de 2025, a Rota Bioceânica promete ser um marco na história da integração sul-americana.