Conselho Regional de Farmácia

De Mato Grosso do Sul

Médica faz alerta contra venda de abortivo no Paraguai

O medicamento Cytotec, indicado para problemas estomacais, continua sendo usado livremente por dezenas de mulheres em Mato Grosso do Sul para interromper a gestação. O problema é "gravíssimo e requer imediata intervenção das autoridades ligadas ao setor da Saúde", segundo afirma a médica Conceição Escobar, que trabalha no Hospital Regional de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Ela explica que somente naquela casa de saúde, são atendidas mensalmente uma média de 150 mulheres em processo de aborto ou com hemorragia pós-aborto. "Acredito que pelo menos 80% são casos de abortos provocados pelo remédio Cytotec", diz. "Há muitas pacientes que confirmam a utilização do comprimido, mas outras dizem ser aborto involuntário. A pílula é vendida abertamente em Pedro Juan Caballero (cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã). No Brasil a venda é proibida, mas aqui é somente atravessar uma avenida e compra-lo à vontade." No hospital chegam mulheres de várias localidades brasileiras, numa espécie de "turismo abortivo", diz a médica. Em uma drogaria de Pedro Juan Caballero, um dos vendedores informou que depois dos estimulantes sexuais, o Cytotec é o mais vendido entre os demais medicamentos.